Quando a jornalista Pérola Braz pensou em registrar em textos a resistência das tradicionais orquestrasdepernambuco.com.
Entre os anos de 2014 e 2015, os olhares jornalísticos de Amanda Nascimento, Aline Feitosa, Kalor Pacheco, Renato L e Rodrigo Édipo, somados às câmeras de Beto Figueiroa e Hélder Tavares, realizaram uma pesquisa de campo pela capital e interior em busca de um material que pudesse refletir a relação entre as bandas inspiradas na antiga tradição das fanfarras, dobrados e marchas militares com seus componentes.
“Não há publicações aprofundadas sobre as bandas populares do estado, especialmente se o foco não é o frevo. Foi detectado que o mapeamento em si não traria algo novo. Mais interessante seria aprofundar o olhar”, detalha Pérola Braz, que tomou à frente como coordenadora da pesquisa.
Em Goiana, Zona da Mata Norte, encontraram as centenárias Curica e Saboeira, que tem, esta última, Seu Hermínio Pereira, 80 anos, como o mais antigo músico vivo. Em Arcoverde, no Sertão, o protagonismo foi da Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos, a Super Oara. A capital foi representada pela Banda da Cidade do Recife, desenvolvida a partir de um projeto do maestro Geraldo Menucci.
Na região metropolitana, em Paulista, descobriram que a Banda Municipal Firmino da Veiga é um respiro de oportunidades para jovens e crianças em desequilíbrio social, como Rodrigo, 15 anos. Enquanto entrevistava o garoto, o xará Rodrigo Édipo foi surpreendido pelo relato da mãe, Claudiane. “A banda transformou a vida do meu filho, Rodrigo só me dava desgosto”, revelou ela, entre lágrimas.
Tendo o apoio do Funcultura Independente, Pérola reafirma o caráter documental da reportagem. “Hoje os maestros pernambucanos têm trabalhos relevantes e são reconhecidos mundialmente. Acredito que o estudo e a descoberta dessas trajetórias são de extrema importância”.