Surubinha de Leve, de MC Diguinho, é criticada por apologia ao estupro

Taca a bebida, depois taca a pica e abandona na rua, diz a letra do funk, que tem sido alvo de reações
JC Online
Publicado em 17/01/2018 às 15:45
‘Taca a bebida, depois taca a pica e abandona na rua’, diz a letra do funk, que tem sido alvo de reações Foto: Yasmin Formiga/Reprodução


Lançada em 2017, a música ‘Surubinha de Leve’, de MC Diguinho, tem sido criticada por várias pessoas na internet por seu conteúdo. A letra aborda sexo grupal e fala sobre embebedar, transar e depois abandonar na rua uma mulher.

Além disso, a música ainda traz versos como “sem dinheiro, mas traz uma piranha” e “essas filhas da p***”. Recentemente, MC Diguinho divulgou imagens da gravação de um clipe para a música.

A letra tem sido vista como apologia ao estupro por muita gente. A reação começou depois que Ludmilla postou a letra do refrão no Twitter e foi alvo de críticas por parte dos seus seguidores.

PROTESTO

A principal reação foi a da estudante e artista Yasmin Formiga, que na sua página no Facebook postou uma foto sua segurando um cartaz com a letra e uma maquiagem que sugere que havia sido agredida. “Sua música ajuda para que as raízes da cultura do estupro se estendam. Sua música aumenta a misoginia. Sua música aumenta os dados de feminicídio. Sua música machuca um ser humano. Sua música gera um trauma. Sua música gera a próxima desculpa. Sua música tira mais uma. Sua música é baixa ao ponto de me tornar um objeto despejado na rua”, escreveu na postagem, com mais de 125 mil compartilhamentos.

Na Vice, Amanda Cavalcanti lembra que ‘Surubinha de Leve’ não é a primeira letra de funk acusada de ser problemática. A jornalista levanta dois pontos. Primeiro, que, “ao contrário de carregar culpa ou influência na cultura do estupro ou misoginia, é bem provável que os versos de MC Diguinho sejam um reflexo dessas já estabelecidas relações sociais”. Por outro lado, ver no debate apenas uma perseguição ao funk é esquecer que as letras de Diguinho passam “muito, muito dos limites”, pois ele fala “abertamente e claramente sobre embebedar uma mulher para que fosse mais fácil dominá-la, estuprá-la e abandoná-la na rua.”

Ainda existe uma petição que pede que o Spotify retire a música do seu catálogo - a faixa chegou a ficar entre as músicas mais virais do Brasil. Já são mais de 10 mil assinaturas.

TAGS
funk funk carioca cultura do estupro
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory