Quando procurada pela reportagem do Jornal do Commercio para comentar a decisão da Prefeitura do Recife, no início da tarde de ontem, Lilian Pimentel afirmou que não havia sido informada até então. A filha de José Pimentel acredita que houve parcialidade no processo de escolha do espetáculo, mas enfatiza que independente do resultado montará o espetáculo idealizado por seu pai.
“Procuramos a Prefeitura várias vezes e nunca tivemos respostas. Entregamos o documento para o uso do solo do Marco Zero em setembro. Fomos prejudicados em todas as etapas. É como se a Apacepe tivesse um monopólio dentro da Prefeitura. Se eles iriam colocar outra Paixão que não a de Pimentel no Marco Zero, então por que não abriram um edital para que outras montagens pudessem concorrer?”, reclamou a produtora em entrevista por telefone.
A produtora disse ainda que considera a decisão um desrespeito à memória do seu pai e que a Prefeitura do Recife e o Governo de Pernambuco estavam desconsiderando o legado de Pimentel, que foi agraciado com o título de Patrimônio Vivo em 2017.
Ainda de acordo com Lilian, ela e sua equipe já esperavam a decisão, apesar de não concordarem com os procedimentos. Por isso, desde o início já pensavam em um local alternativo, que será divulgado até sexta-feira.
A montagem mantém o texto de A Paixão de Cristo do Recife, escrito por José Pimentel, e tem direção de José Francisco Filho. Assim como ocorreu no ano passado, o papel principal ficará com Hemerson Moura, que substituiu Pimentel. Os ensaios, segundo Lilian, ocorrem desde antes do Carnaval.
“Vamos procurar os gestores para conversar e garantir verba para a realização do espetáculo. O povo do Recife reconhece a importância de José Pimentel e farei de tudo para manter vivo esse legado”, reforçou Lilian Pimentel.