O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, afirmou nesta terça-feira (8), que o maior desafio atualmente na área de infraestrutura é a falta de um fluxo de projetos. Em discurso na cerimônia de transmissão de cargo, na sede do BNDES, no Rio, Levy reforçou o papel do banco na modelagem de projetos de concessão à iniciativa privada.
"O maior desafio hoje na infraestrutura é ter um fluxo de projetos sólido, eficiente", afirmou Levy, no discurso. "Este é o papel do BNDES: trabalhar junto com o governo, ajudando na modelagem", completou o novo presidente do banco de fomento.
A fala de Levy teve várias referências a privatizações e parceria com o capital privado. No início, Levy disse que o BNDES é a casa de muitas visões, citando o economista Roberto Campos, maior figura do pensamento econômico liberal nacional, e João Paulo dos Reis Velloso, ex-ministro do governo militar de Ernesto Geisel. Em seguida, lembrou do papel do BNDES no processo de desestatização de empresas nos anos 1990.
Indo mais longe, Levy lembrou de Pandiá Calógeras, ministro da Fazenda da década de 1910, que "sabia que interferir na atividade industrial não era bom negócio".
Sem dar muitos sinais sobre qual será o tamanho do BNDES na nova política econômica, Levy citou um foco maior nas médias empresas e disse que o trabalho da nova administração vai "compensar" a perda de "algumas vantagens que o banco usufruía", que estão ficando para trás com a "convergência de nossas taxas com as taxas de mercado".