Sorveterias devem ter crescimento de 15% nas vendas deste Verão

De acordo com a Abis, mesmo com clima mais quente, o Brasil ainda consome pouco sorvete se comparado a outros países
Da editoria de economia
Publicado em 26/01/2019 às 7:22
Foto: Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem


Com a temperatura passando dos 30º graus quase todos os dias e um mercado ainda com franca capacidade de expansão, as sorveterias da Região Metropolitana do Recife têm apostado na variedade de produtos para não ver o faturamento derreter em pleno Verão. Embora, segundo dados da Associação das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis), o consumo do produto venha diminuindo no País desde 2014 - por conta da conjuntura econômica - as sorveterias artesanais já comemoram o que avaliam como “valorização do produto”, e não só na época mais quente do ano. Até o fim de janeiro, a consumação deve crescer pelo menos 15% em relação ao mesmo período de 2018, mas em todo o 2019 a expectativa é de que o setor alcance um faturamento acima da média anual de R$ 13 bilhões.

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De acordo com a Abis, mesmo com clima mais quente, o Brasil ainda consome pouco sorvete se comparado a outros países. A média é de 5,4 litros por por pessoa ao ano, enquanto nos Estados Unidos e Nova Zelândia esses números chegam a, respectivamente, 20,8 e 28,3 litros. O nosso País, ocupa o sexto lugar no ranking mundial, perdendo inclusive para a Austrália, Finlândia e Suécia. Se em 2014, o consumo de sorvete dos brasileiros era de 1,30 milhão de litros, em 2017 o mesmo consumo havia caído para 1,12 milhão.“Fomos muito atingidos pela crise. Ainda não fechamos os números de 2018, mas deverá ser negativo, na casa de -10%. De 2014 para cá, perdemos entre oito ou nove anos de crescimento”, afirma o presidente da Abis, Eduardo Weisberg.

Mesmo com números não tão positivos, o mercado pernambucano não tem reclamado das vendas e, aproveitando a alta comum ao Verão, já pensa até mesmo em expansão das operações. Na Tio Beto Sorvetes, que tem 90 anos de história e há 45 anos está no mesmo ponto comercial, na rua Dona Ana Xavier, em Casa Amarela, os planos são de, pela primeira vez, abrir mais duas lojas.

Sorveterias

“Entre 2017 e 2018 tive um diminuição no ritmo de crescimento, principalmente pela situação econômica do País. Porém, por ano, o mercado vinha crescendo em média 10%. Agora em janeiro então, pelo verão e os sinais de melhora econômica, já esperamos um crescimento de até 100% em relação aos demais meses”, explica Max Pina, 41, que está à frente do negócio da família há quatro anos. Por semana, já são produzidos de 50 a 100 litros de sorvete, vendido por até R$ 8 a depender da quantidade de bolas. Além de já ter a clientela fiel, o lançamento de novos sabores foi a tática adotada para reforçar as vendas. “O fato de ser artesanal já é um diferencial, mas temos produzidos sabores exóticos de frutas como o Jamelão (azeitona roxa), Jaboticaba, macaíba e pitomba”, conta Pina.

Em Olinda, a Bakana’s, que já havia aderido às paletas mexicanas e pensado na possibilidade de vender gelato, resolveu investir nos próprios sorvetes para aumentar o faturamento. “Mesmo com a diversificação de produtos, existe uma valorização maior do sorvete artesanal, e justamente por isso não sentimos tanto a chegada desses novos produtos da concorrência”, afirma Ana Rita, 51, que comanda o negócio há 36 anos. Por lá, os sorvetes de frutas deixaram de ser o “carro-chefe” da casa e deram espaço a sorvetes cremosos com recheio.

“Não perde em nada para os gelatos, por exemplo. A diferença está no preço e no público ao qual o estabelecimento está direcionado. Esses estabelecimentos (gelaterias) que começam a chegar no mercado pernambucano agora vêm atender uma demanda específica e, por isso, de certa forma é absorvido pelo mercado sem atingir tanto os sorvetes artesanais”, justifica. Com uma loja matriz em Olinda, uma unidade na Paraíba e outro ponto menor em Porto de Galinhas, a Bakana’s chega a produzir em janeiro meia tonelada de sorvetes por semana e atender cerca de 420 pessoas. Os sabores vão de frutas à bolo de rolo, brownie, maltino e avelã (cremosos), que variam entre R$ 4 e R$ 7, além da opção do pote de um litro para viagem (R$ 18 mais casquinhas acompanhando). Os planos para este ano são, segundo Ana, ter aqui o que já é tendência em São Paulo: os sorvestes fit. Além disso, a Bakana’s pretende fazer a sua estreia no Recife.

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