O responsável pela área de banco de investimento do Citi Brasil, Eduardo Miras, espera que o mercado de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) fique mais aquecido no segundo semestre deste ano. Esse segmento, de acordo com o executivo, foi impactado no ano passado pelas eleições no País.
"Depois das eleições, as conversas em torno de transações de M&A foram retomadas. A perspectiva é de mais anúncios de operações a partir do segundo semestre deste ano", disse Miras, acrescentando que esse deve ser um movimento contínuo.
Uma das áreas que o Citi espera movimentar é a focada em empresas públicas, aproveitando a onda de privatizações aguardada durante o governo de Jair Bolsonaro. O setor já existia, mas deve ter mais negócios, conforme a expectativa do banco.
O investimento dos estrangeiros na B3 pode ser neste primeiro quadrimestre de 2019 pelo menos o dobro dos US$ 10 bilhões que registrou no mesmo período de 2018, estima o responsável pela área de equities no negócio de mercado de capitais do Citi, Marcelo Millen. O executivo prevê ainda que a partir de meados de fevereiro empresas vão começar a preparar ofertas de ações na bolsa, sejam aberturas de capital ou ofertas subsequentes (follow on).
Millen destaca que, por conta das incertezas com as eleições e o pós-eleições, muitas empresas preferiram aguardar para preparar novas ofertas. Por isso, neste começo de ano não houve ainda novas operações, que deveriam estar começando a ser preparadas em outubro/novembro de 2018 para vir a mercado agora.
O mesmo vale para o investimento estrangeiro na B3, que foi tímido até agora por conta das incertezas sobre o avanço da agenda do novo governo, mas deve voltar à medida que Bolsonaro avance com as reformas.
Com o governo apresentando a reforma da Previdência e outras incertezas com o programa de governo de Jair Bolsonaro se reduzindo, Millen avalia que as empresas vão tirar os projetos de emissões da gaveta. Segundo ele, há apetite alto dos investidores por novos ativos na bolsa.
O mercado de dívida registra ampla liquidez neste momento, o que contribui para alongamento dos prazos e queda de custos, disse o responsável por emissões de dívidas do Citi, Eduardo Freitas. "Primeira vez que vejo liquidez tão grande em todos os mercados", comentou em encontro com jornalistas em São Paulo. "Apesar da expectativa com as reformas, nunca houve tanta liquidez no mercado", reiterou.
No mercado externo, Freitas destacou que os prêmios praticados nas colocações de bônus estão bem reduzidos ou bastante atrativos.
Freitas considera que a atividade no segmento de tomada de crédito via mercado e empréstimo sindicalizado está aquecida. Segundo ele, até fevereiro estão sendo fechadas nove operações, sendo quatro de empréstimos sindicalizados, um de liability management e o restante em debêntures.