IBGE vai revisar PIB do 3º trimestre de 2019 após erro no número de exportações

Apesar da revisão, não deve haver mudança significativa no desempenho da atividade econômica do período
Estadão Conteúdo
Publicado em 05/12/2019 às 10:50
Apesar da revisão, não deve haver mudança significativa no desempenho da atividade econômica do período Foto: Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem


O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre de 2019, divulgado na terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será revisado pela instituição após a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) ter apontado nova mudança nos dados das exportações. No entanto, o instituto só incorporará as revisões de dados das exportações brasileiras na divulgação do fechamento do ano, prevista para o dia 4 de março de 2020. Apesar disso, não deve haver mudança significativa no desempenho da atividade econômica do período, acredita o IBGE.

"O panorama não vai mudar em nada. Não muda a avaliação conjuntural. O PIB vai continuar a crescer por conta do consumo das famílias e da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB)", garantiu Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

A explicação do IBGE foi feita após a publicação de um artigo do jornal britânico Financial Times, que colocou em xeque a divulgação dos dados do governo. Sob o título "Falha nos dados econômicos brasileiros desperta preocupações entre analista", o texto questionava a confiabilidade das estatísticas em decorrência das recentes revisões feitas pelo Ministério da Economia sobre os dados das exportações - que poderiam levar a uma revisão também do resultado do PIB.

O que aconteceu

Em 28 de novembro, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia anunciou uma revisão dos dados das exportações brasileiras em novembro. As exportações somaram US$ 13,498 bilhões até a quarta semana, e não US$ 9,681 bilhões, como informado originalmente pela Secex, uma diferença de US$ 3,817 bilhões. Após a correção, o saldo da balança comercial no mês passou de um déficit de US$ 1,099 bilhão para um superávit de US$ 2,717 bilhões. Na segunda-feira, o órgão voltou a retificar informações anteriores, desta vez os dados de setembro e outubro.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na quarta-feira (4) que as revisões em um curto espaço de tempo geram insegurança e desconfiança do investidor. Maia acrescentou, porém, que não estava questionando o mérito das decisões, mas destacou que o problema é o tempo entre as revisões. "O problema é que uma decisão no fim de setembro e outra no início de dezembro geram no mínimo desconfiança e insegurança", disse o deputado.

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