As afirmações do Ministro da Economia, Paulo Guedes, na última sexta-feira (7), durante palestra no seminário Pacto Federativo, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), geraram reações negativas por parte da Diretoria da Federação Nacional dos Policiais Federais. Em nota, a entidade reiterou que as afirmações do ministro consagram um discurso perigoso e generalizante.
No texto, os servidores da Polícia Federal reiteram que escolheram sua carreira conforme regras e princípios constitucionais vigentes e, para eles, culpá-los diretamente por dificuldades econômicas enfrentadas pelo Brasil demonstra uma visão "simplista e injusta". A diretoria também defendeu que não há crescimento do país sem a dedicação dos servidores públicos, bem como também não há enxugamento do Estado que comece pelo ressacamento moral dos brasileiros que optaram profissionalmente por ser funcionários públicos.
Ainda em nota, a entidade defendeu o trabalho feito pela Polícia Federal na Operação Lava Jato no combate à corrupção. O texto também direciona uma mensagem para Jair Bolsonaro (Sem Partido), indicando que ele deve trabalhar para que o Brasil "não caia nas raias da desvalorização dos pais, mães, filhas e filhos que são responsáveis pelo funcionamento da máquina estatal e que podem definitivamente ser os parceiros na reconstrução do Brasil.
A Diretoria da Federação Nacional dos Policiais Federais vem a público reafirmar o compromisso dos servidores da Polícia Federal com a sociedade brasileira, tanto como cidadãos brasileiros como quanto servidores públicos de uma Carreira Típica de Estado.
As afirmações do senhor Ministro da Economia, na tarde desta sexta-feira (7), consagram um discurso perigoso e generalizante, que em nada contribui para o fortalecimento de uma nação e sua economia, como ele mesmo anuncia em suas propostas.
Os atuais servidores da Polícia Federal escolheram sua carreira conforme regras e princípios constitucionais vigentes e culpá-los diretamente por qualquer dificuldade econômica por que passe o País demonstra uma visão simplista e injusta, o que cremos não fazer parte de nenhum plano de Governo que vise o bem-estar do seu povo. Não há crescimento do País sem a dedicação dos seus servidores públicos. Não há enxugamento do Estado que se inicie pelo ressecamento moral e do orgulho dos brasileiros que escolheram funções públicas como horizonte profissional.
Os trabalhos na Operação Lava Jato têm demonstrado a nossa força e a nossa coragem de enfrentar o poder atrelado à corrupção. Também reafirmaram o nosso compromisso com um Brasil melhor, livre desse câncer que insiste em assolar a nossa Pátria. Pesquisa recente demonstrou a confiança que os brasileiros têm na Polícia Federal e nos seus servidores.
Por fim, ainda que a retratação pública tenha sido feita na mesma tarde, o senhor Presidente da República deve trabalhar para que o País não caia nas raias da desvalorização dos pais, mães, filhas e filhos que são responsáveis pelo funcionamento da máquina estatal e que podem definitivamente ser os parceiros na reconstrução do Brasil.
Na última sexta-feira (7), durante palestra no seminário Pacto Federativo, promovida pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Guedes comparou funcionário público a 'parasita' ao defender reforma administrativa. "O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo. O hospedeiro está morrendo. O cara funcionário público virou um parasita e o dinheiro não está chegando no povo.", afirmou o ministro.
Para ele, o governo brasileiro está quebrado porque gasta 90% da sua receita com o funcionalismo público. Ele também apontou que os funcionários públicos querem aumento automático, enquanto "80% da população brasileira é a favor inclusive de demissão do funcionário publico, estão muito na frente da gente".
Ao defender a reforma administrativa, que ainda encontra resistência no Congresso Nacional, Guedes deu como exemplo os Estados Unidos, que ficam "quatro, cinco anos sem ajustar o salário do funcionalismo" e quando concedem o aumento teriam o reconhecimento público. "Aqui o cara é obrigado a dar e ainda leva xingamento", afirmou. Guedes também declarou que a reforma administrativa deve chegar ao Congresso na próxima semana e vai resolver o problema do dinheiro carimbado no Brasil.