Só nos Estados Unidos, cerca de 53 milhões de pessoas já tinham caixinhas com assistentes virtuais ao fim do ano passado. E é de lá que deve vir a principal influência para expansão desse mercado no Brasil, consolidando-se já a partir do próximo ano. “O ano de 2019 já foi de um avanço grande. Os primeiros resultados de venda no Brasil foram muito positivos. No site da Amazon, o produto mais vendido na Black Friday foi o Eco doth (caixa de som inteligente mais barata – em média R$ 350). A gente tem tido convite de várias outras varejistas para vender os dispositivos echo. A gente tinha, além da Amazon, dispositivos à venda em 16 lojas da fast shop. Em duas semanas eles aumentaram isso para todas as lojas da rede. Começamos a vender também na loja da Vivo e virão outras diversas varejistas”, comemora o Country Manager da Amazon.
Segundo o diretor acadêmico da Digital House Brasil, Edney Souza, este ano já foi possível sentir a evolução das vendas das assistentes de voz no País, mas 2020 deverá trazer um volume mais adensado desses produtos. “Essas caixinhas vão começar a aparecer em tudo que é série e filme produzido, e nós consumimos esse conteúdo, recebemos uma influência muito grande, se nas produções todo mundo vai ter esse produto, logo, todo mundo por aqui vai querer ter também. Haverá uma crescimento quase exponencial”, acredita.
Embora não revele números, só a Amazon, que entrega a sua assistente Alexa dentro de hardwares da Echo, já cresceu seu número de skills no Brasil de 340 para mais de 500. Mesmo que por aqui a Alexa só tenha chegado falando português este ano. “Criamos muito conteúdo local. Temos um time de redatores e jornalistas no Brasil que são responsáveis por criarem conteúdo para a Alexa. Se a pessoa fala ‘Alexa bom dia’, vai ser respondida com alguma coisa interessante do dia na língua portuguesa ou envolvendo até mesmo a cultura local. Ela já canta músicas locais e hinos de times. Os três times grandes de Pernambuco já têm os hinos reproduzidos pela Alexa”, assegura Ricardo Garrido. Das habilidades, a Alexa já consegue acionar o Uber, Ifood, vários outlets de notícias, rádios, conteúdo da Galinha Pitadinha e da Turma da Mônica, além de outros serviços que envolvem parceiros como o Bradesco, Itaú e Latam.
Os smart speakers, por aqui, assim como nos Estados Unidos, ainda concentram como principal demanda dos usuários habilidades como tocar música a partir do comando de voz, saber a previsão do tempo ou ouvir resumo das notícias e responder a questões em geral. Porém, a evolução desse uso é o foco das gigantes de tecnologia que deverão acirrar ainda mais a disputa por uma fatia desse mercado, que demanda outras alternativas como conexão às casas conectadas. “Temos todos os espaços para atuar. No Brasil, um benefício é contar com cinco anos de história da Alexa nos EUA e em outros países. Aqui, tivemos a oportunidade de lançar a mais completa versão da Alexa. Estamos na fase de aprender com os clientes brasileiros para planejar os próximos passos. Não sabemos ainda, mas temos experiências muito interessantes em outros países com dispositivos móveis, que você pode usar vestindo (wearables) e até conexão com veículos automotivos. Aqui no Brasil, a Alexa já é compatível com vários headphones, além da integração com outros tipos de aparelhos.”