A tarifa branca de energia, que a partir de amanhã (1) ficará disponível para consumidores de baixa tensão, (aqueles com consumo abaixo de 250 quilowatts-hora (kWh), e que fizerem adesão a esse tipo de tarifa) pode não ser um bom negócio. Ao escolher ser tarifado pelo sistema que mede o consumo de energia conforme o dia e o horário (em vez de ter um valor fixo), a economia na conta da luz é uma possibilidade que depende da boa gestão de energia da residência.
Em entrevista a Rádio Jornal, a gerente de relações institucionais da Celpe, Érica Ferreira, explica que a redução no valor da conta não depende apenas da opção pela tarifa branca. “É preciso observar o consumo nos horários de pico, que vai de 17h30 até às 20h29 e também nos horários intermediários que são aquele 1 hora antes e 1 hora depois do horário de pico. Na tarifa branca o valor da energia é 110% mais caro nos horários de pico e 39% mais caro no horário intermediário em relação a conta convencional. O consumidor precisa ter cuidado na hora que for utilizar a energia neste momento”, explica Érica Ferreira.
Assim, se o consumidor não utilizar aparelhos de grande consumo (como ar-condicionado, ferro de passar roupa e chuveiro elétrico), nos horários de pico, sua conta pode ser reduzida em até 15% mas, se fizer uso desses aparelhos, a conta pode mais que dobrar de valor no final do mês. Nos fins de semana e nos feriados nacionais, a tarifa de energia sempre será cobrada pelo valor fora de ponta.
A Celpe tem 1.522 clientes cadastrados na tarifa branca (0,0004% do total de 3,7 milhões de clientes da companhia). Este ano, 228 clientes desistiram deste sistema de medicação de consumo. A tarifa branca foi implantada em 2018 para unidades residenciais ou comerciais com consumo superior a 500 kWh em 2019 passou a também poder ser aplicada a unidades com consumo a partir de 250 kWh e agora chega aos clientes de baixa tensão.
Para aderir à tarifa branca, o consumidor precisa procurar os postos de atendimento da Celpe e solicitar a inclusão de seu cadastro. A Celpe então fará, em até 30 dias, a substituição do medidor que faz a medição em função do horário de consumo. Não há nenhum custo para o consumidor nesta operação. “Caso o cliente perceba que não é interessante para ele continuar na tarifa branca ele pode solicitar a Celpe a sua volta ao sistema de tarifação convencional. Em até 30 dias a companhia faz as adequações necessárias, também sem custo”, disse Érica Ferreira.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) , se o consumidor adotar hábitos que priorizem o uso da energia fora do período de ponta, diminuindo fortemente o consumo neste horário e no intermediário, a opção pela tarifa branca oferece a oportunidade de reduzir o valor pago pela energia consumida. A Aneel não recomenda a tarifa branca se não houver possibilidade de transferência da carga maior de consumo fora do período de ponta. Nesses casos, é mais vantajoso continuar na tarifa convencional, diz a agência.