Percorrer novas geografias, aprender com uma cultura diferente e deliciar-se com sabores até então desconhecidos são algumas das possibilidades que movem os viajantes de uma ponta a outra do mundo. E se nessa lista fossem adicionados itens como atender às necessidades do lugar e de quem mora nele, cuidar do meio ambiente e promover o desenvolvimento dos territórios visitados, complementando outras atividades econômicas? É o que propõem o turismo criativo e o turismo de base comunitária.
Em contraponto ao turismo de massa, muitas vezes predatório e excludente, neste caso a ideia é que o turista construa com os moradores uma experiência única. "A oportunidade aqui é de trocas genuínas. Na pesca, por exemplo, o viajante pode aprender a catar e cozinhar o seu próprio marisco, num turismo de participação com afetos e conexão entre as pessoas", define a pernambucana Larissa Almeida, co-fundadora da Rede Nacional de Turismo Criativo do Brasil (Recria).
No Recife, o bairro da Bomba do Hemetério, na Zona Norte, e a Ilha de Deus, comunidade pesqueira da Bacia do Pina, são dois dos destinos que já se tornaram referência na atração de turistas nacionais e internacionais. E até os recifenses andam redescobrindo a própria cidade em roteiros pouco convencionais de bike, a pé ou de barco, como os promovidos pela La Ursa Tours.
Os passeios na cidade podem ser agendados através do site da Recria. Brasil afora, é possível encontrar vários projetos interessantes, como o da Rede Tucum, no Ceará, a Rota da Liberdade, na Bahia, e o Braziliando e a Pousada Uacari, na Amazônia. Os sites Vivejar e Garupa e o blog Janelas Abertas reúnem outras tantas experiências. Todas um luxo de simplicidade.