Tanto a seleção francesa quanto a croata estão cheias de craques. Modric, Mbappé, Rakitic, Griezmann, Subasic, Lloris, Perisic e Kanté têm tudo para transformar a final da Copa do Mundo em um espetáculo. Mas não foram apenas as qualidades individuais desses atletas que levaram as duas seleções à decisão. A armação prévia de jogadas, táticas e cumprimento de papel de cada jogador são funções desempenhadas pelos técnicos das seleções, e os dois nomes de maior sucesso desse campeonato são Didier Deschamps e Zlatko Dalic.
Além de terem chegado à final da Copa, os treinadores da França e de Croácia têm outras coisas em comum. Ambos foram jogadores quando mais jovens e atuaram na posição de volante, mas o croata não vingou muito como atleta, diferente do francês, que foi campeão do mundo em 1998 como capitão da França. Os dois treinadores chegam na decisão pela taça da Copa do Mundo com status bem opostos quando se trata de reconhecimento na carreira de treinador e jogador.
Como jogador, Deschamps atuou em grandes clubes como Olympique de Marselha, Juventus e Chelsea. Foi vencedor duas vezes da Liga dos Campeões e venceu diversos campeonatos nacionais.
A caminhada como técnico começou assim que encerrou sua carreira como jogador. Em 2001 assumiu o Monaco, da França, e alcançou o vice-campeonato da Liga dos Campeões em 2004. Foi campeão da Série B com a Juventus em 2007 e, em 2009, assumiu o Olympique de Marselha. Lá, foi campeão da Copa da Liga Francesa e do Campeonato Francês na mesma temporada..
Em 2012 foi convidado para treinar a seleção francesa. Passou por sufoco nas Eliminatórias para a Copa de 2014, vencendo a Ucrânia na repescagem. Segundo o próprio Deschamps, aquela vitória salvou seu cargo na seleção. Em 2016 foi finalista da Eurocopa, sendo derrotado para Portugal. Hoje é finalista da Copa do Mundo e pode conquistar a segunda estrela para a França, sendo ele o terceiro nome a ganhar o título tanto como jogador quanto treinador. O brasileiro Mário Zagallo e o alemão Franz Beckenbauer são os outros dois nomes que atingiram essa conquista.
Deschamps é conhecido na França como um homem de muita sorte, tanto que não desmentiu a fama em coletiva de imprensa. “Não vou me queixar... apesar que certamente existem outros melhores que eu”, disse. Mas a cara que ele deu à seleção francesa não foi apenas por sorte. Talvez tenha levado sorte com a nova geração de jogadores, mas também deu uma cara típica ao seu estilo de jogo quando era volante, organizado e ambicioso, no qual todos os jogadores se dispõem a sair da sua função para ajudar na marcação.
O técnico da Croácia nasceu na Bósnia e Herzegovina, também onde se formou como jogador. Mas seu primeiro clube como jogador profissional foi o time croata Hajduk. Após passar por equipes de Montenegro, Bósnia e voltar à Croácia, o único time que ele teve uma passagem positiva foi o Varteks, onde se aposentou e se tornou assistente técnico do clube. Em 2002 se tornou dirigente do clube e, em 2005, assumiu o cargo de treinador, onde ficou até 2007. Seu primeiro título como técnico foi no Dinamo Tirana, da Albânia, onde ganhou a Supercopa Albanesa.
Sua carreira como treinador foi solidificada nos Emirados Árabes, quando treinou o Al-Ain, onde ficou de 2014 até 2017 e conquistou quatro títulos. Dalic foi convidado para liderar a seleção croata ainda em outubro de 2017. Com o desafio de “salvar” a Croácia, o bósnio veio sem um currículo muito relevante, mas uniu o elenco de uma forma que pudesse derrubar grandes seleções na Copa do Mundo. Hoje, a seleção croata joga em um estilo de jogo que, apesar do jogo apertado, está dando certo e chega com moral à final do mundial.