Em jogo pouco inspirado, a Seleção Brasileira apenas empatou contra a Venezuela por 0 a 0, na Arena Fonte Nova, em Salvador. O Brasil esbarrou na forte marcação da Vino Tinto, que soube se segurar na defesa e anular as principais peças criativas da Amarelinha pelo meio - Coutinho e Firmino -, que pouco apareceram no jogo. Além disso, o Brasil teve dois tentos anulados pelo árbitro de vídeo. A torcida ficou com o grito de gol entalado na garganta, mas não teve jeito. O placar, oficial, passou em branco.
Ficam os questionamentos quanto às alterações feitas por Tite, que não abriu mão de um meio-campo com maior poder de marcação, em um jogo que o Brasil precisava de maior presença no setor de ataque. O próximo confronto da Seleção Brasileira será contra o Peru, na Arena Corinthians, em São Paulo, às 16h do próximo sábado. Já os venezuelanos encaram a Bolívia no Mineirão, no mesmo dia e horário.
O duelo começou com o Brasil tendo o domínio total da partida. Com mais posse de bola, a Seleção encontrou uma Venezuela bastante fechada pelo meio, com linhas baixas de marcação e postada no 4-1-4-1, preparada para sair em velocidade nos contra-ataques. A Canarinho mantinha um ritmo acelerado e criava pelos lados com as dobradinhas formadas por Daniel Alves e Richarlison, Filipe Luís e David Neres.
Apesar disso, o Brasil não conseguiu criar grandes chances na primeira etapa. As melhores vieram com David Neres e Richarlison. O primeiro aos 14 minutos, onde recebeu pela esquerda e bateu cruzado para fora. O segundo teve a chance aos 16. Após roubar a bola na intermediária, o 'Pombo' bateu rasteiro de fora da área e Fariñes espalmou para escanteio. A Venezuela não se intimidou e chegou bem aos 18, com Rondón. O centroavante completou, de cabeça, o cruzamento de Herrera e a bola raspou a trave direita de Alisson.
Daí em diante, as partida ficou burocrática. A Seleção Brasileira mantinha uma posse de bola sem efetividade e a Vino Tinto cedeu poucos espaços para a armação de jogadas brasileiras. Firmino e Coutinho - dois dos jogadores mais criativos da Amarelinha - foram bastante discretos, sofrendo com a forte marcação.
Com a entrada de Gabriel Jesus no lugar de Richarlison, o técnico Tite esperava uma maior profundidade da seleção no ataque com as trocas de posição entre os atacantes e, desta forma, uma maior abertura de espaço na defesa venezuelana. Sem tanto sucesso, a melhor chance veio aos 15 minutos, com o próprio camisa nove, que havia entrado a pouco tempo. Firmino, em posição irregular, tocou no meio para o atacante do Manchester City, que marcou o gol. Entretanto, com o auxílio do VAR, a arbitragem anulou o tento.
O treinador fez sua última alteração aos 26, colocando o atacante Everton ‘Cebolinha’ no lugar de David Neres. Sem sucesso, os comandados de Tite seguiram com um futebol burocrático, de pouca inspiração ofensiva. Outro bom lance criado foi no gol de Coutinho, aos 41 minutos, anulado pelo VAR. Everton cruzou rasteiro, o goleiro desviou e o camisa 11 finalizou. Entretanto, a bola bateu em Firmino - que teve posição irregular alegada pelo árbitro de vídeo - e o chileno Julio Bascuñan anulou o tento. Aos 54, a última chance. Fernandinho cabeceou após escanteio cobrado por Coutinho e a bola passou raspou a trave venezuelana. Fim de jogo com vaias após o empate em 0 a 0.
Alisson; Daniel Alves, Thiago Silva, Marquinhos e Filipe Luís; Casemiro (Fernandinho), Arthur e Coutinho; David Neres (Everton), Richarlison (Gabriel Jesus) e Roberto Firmino. Técnico: Tite
Fariñes; Rosales, Osorio, Villanueva e Hernández; Moreno, Herrera (Soteldo), Rincón, Machís (Figuera) e Murillo; Rondón (Martínez). Técnico: Rafael Dudamel.
Local: Arena Fonte Nova. Cartões amarelos: Casemiro (BRA); Murillo, Figuera (VEN). Árbitro: Julio Bascuñan (CHI). Assistentes: Christian Schiemann e Claudio Rios (ambos CHI). Público total: 42.587 pessoas. Renda: R$ 8.734.480,00