Na última terça-feira (07), um video viralizou nas redes sociais. Nele, a jornalista e apresentadora do telejornal "Bahia Meio-Dia", da TV Bahia, afiliada da Globo na Bahia, Jessica Senra, externou a sua opinião sobre o interesse do Fluminense de Feira na contratação do goleiro Bruno Fernandes. "Isso é moral?", perguntou. O goleiro Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão pelo sequestro, assassinato e ocultação de cadaver da ex-amante, Eliza Samudio, com quem teve um filho. O caso aconteceu em 2010. Ainda, na última terça-feira, o time postou uma nota oficial no seu Instagram, afirmando que 'desistiu da contratação do goleiro Bruno Fernandes'.
Jessica se mostrou indignada com a possibilidade de um "feminicida" (termo usado por ela para se referir a Bruno) pudesse voltar a ser um ídolo dos amantes do futebol. "Desejamos e precisamos que pessoas que cometem crimes tenham a possibilidade de refazer suas vidas. Mas, diante de um crime tão bárbaro, tão cruel, poderíamos tolerar que o 'feminicida' Bruno voltasse à posição de ídolo?", perguntou ela.
Para a jornalista, os atletas são referência para o público que os acompanha. "Contratar para um time de futebol um assassino, um homem que mandou matar a mãe do seu filho, esquartejar, dar o corpo para os cachorros comerem é um desrespeito, um desrespeito a todas nós mulheres, é um desrespeito a todas as crianças e adultos que cresceram sem mãe por causa de homens desprezíveis que tiraram a vida de mulheres. É um desrespeito a toda a sociedade", afirmou.
Ainda no vídeo, Senra trouxe os dados do feminicidio no Brasil, onde 12 mulheres são mortas todos os dias. Ela assegura que a possível contratação de Bruno faz com que se pareça permitido o assassinato de mulheres no país. Jessica explica que, para os sociólogos, não basta apenas a prisão de criminosos, mas outros fatores, como a censura e a crítica da sociedade. Para Jessica, estes fazem com que os criminosos repensem sobre os seus atos. "São mais poderosos que o medo da pena", argumenta.
Jessica Senra explica que ela é a favor de que Bruno volte a trabalhar, mas que não ocupe uma posição de ídolo da sociedade. "Na minha visão, o 'feminicida' Bruno pode, e deve, voltar a trabalhar, refazer sua vida, mas não na posição de ídolo. Não alçado socialmente à uma posição de admiração. Um time de futebol que contrata um 'feminicida', como o Bruno, é tão desprezível quanto os crimes que ele cometeu", conclui.