O Náutico conheceu sua primeira derrota na temporada no último domingo (21), ao perder por 3x0 para o Central, no Lacerdão, em Caruaru, pela segunda rodada do Campeonato Pernambucano. Talvez pela elasticidade do placar, o resultado tenha trazido um certo desconforto ao técnico Roberto Fernandes. Na manhã desta segunda-feira (22), o comandante do Timbu tentou explicar o porquê de o time não ter conseguido demonstrar qualquer poder de reação diante da Patativa. Na análise do treinador, o orçamento enxuto do Náutico impediu grandes contratações que pudessem fornecer ao clube resultados imediatos.
"Parece até o samba de uma nota só. Ficamos repetitivos em alguns pontos. Quando você quer qualidade, preço baixo e rapidez, só pode escolhe duas (dessas opções). É impossível ter as três. Por responsabilidade da gestão, que precisa estancar essa ferida que há tanto (tempo) sangra no Náutico, chamada Justiça do Trabalho. Muitos jogadores preferiram ir para o Botafogo-PB, porque lá estão recebendo. No Náutico, hoje, não temos a condição da rapidez com qualidade, porque, o nosso preço é baixo", avaliou, em entrevista à Rádio Jornal.
O treinador ainda condenou o modelo de montagem de elenco que vinha sendo adotado no Náutico nas gestões anteriores. "Quem parte do zero é muito complicado. Essa fórmula de botar 70 jogadores e cinco treinadores não dá resultado. Tem que ter paciência. Sei que para torcida é complicado, o clube foi rebaixado (para a Série C) e está há 14 anos sem títulos", completou.
Roberto Fernandes também comparou o começo de ano do Náutico com outros clubes que não atravessam os problemas financeiros do Timbu. A intenção do comandante alvirrubro foi demonstrar que todos enfrentam dificuldades em começos de temporadas. "Das três equipes (Náutico, Santa Cruz e Sport), o Sport é a com maior orçamento e que mais manteve uma base e ainda se reforçou. E conseguiu vencer duas? O Bahia, que também é da Série A, não venceu ainda. Por causa disso o time não presta? É pior que o Botafogo-PB?", comparou.