A temporada de 2019 terminou de forma precoce para Jorge Henrique após romper o tendão de Aquiles durante o último jogo, contra o Globo-RN. Principal contratação do Náutico, o experiente jogador, de 37 anos, era a grande aposta da diretoria para substituir o nome do paraguaio Ortigoza e ser o expoente técnico do elenco. A situação vista dentro de campo, porém, foi outra. Com repetidas lesões, o meia-atacante não conseguiu corresponder as expectativas, frustando grande parte da torcida alvirrubra.
Apesar de Jorge Henrique ter um estilo de jogo diferente de Ortigoza, ambos jogadores chegaram ao Náutico com o 'status' de principal contratação da temporada. O paraguaio correspondeu a expectativa. Decisivo em várias partidas do ano passado, o centroavante marcou 13 gols em 26 jogos, um deles na final do Campeonato Pernambucano de 2018. Já Jorge não seguiu o mesmo caminho. Em 17 partidas, marcou dois gols e deu uma assistência.
Das 33 partidas do time alvirrubro no ano, Jorge Henrique foi titular em apenas 12 e entrou no decorrer de outros cinco jogos. O jogador chegou ao Náutico ainda no ano passado, durante a pré-temporada. Com poucos dias de clube, participou da reinauguração do estádio dos Aflitos e reestreou com a camisa alvirrubra no primeiro jogo do ano, contra o Fortaleza, pela Copa do Nordeste. Convivendo com lesões em 2019, ficou de fora de 16 jogos do Timbu no ano.
"A contratação de Jorge Henrique foi uma contratação técnica, mas foi além disso. Foi uma contratação que envolvia uma questão de marketing, era ele voltando para casa e o Náutico voltando para casa, tentamos fazer esse link. Então foi uma contratação que não se restringiu a apenas questões técnicas", analisou o vice-presidente do Náutico, Diógenes Braga.
Pela gravidade da lesão e com a idade avançada para os padrões do futebol, é natural que uma possível aposentadoria se torne assunto para Jorge Henrique. O vice-presidente médico do Náutico, Múcio Vaz, acompanhou o jogador após a lesão e acredita que ele deva voltar a jogar. O médico alvirrubro revelou ainda que a prioridade do jogador é a cirurgia e sua recuperação, que deve durar de quatro a seis meses.
“Eu estive com ele durante esses dois dias depois da lesão e o que mais discutimos foi sobre a cirurgia. Ele tem se mostrado que quer operar, porque, por enquanto, ainda não falou que quer parar. Ao que tudo indica vai voltar. Claro que, com o tempo, isso pode ser modificado de acordo com a recuperação dele, mas, de imediato, queremos recuperá-lo e fazê-lo voltar à prática esportiva”, revelou o médico do Náutico.
Com a lesão de Jorge Henrique, a diretoria do Náutico deve ir ao mercado para tentar a contratação de um meia-atacante, já que a Série C, neste ano, permite a substituição de cinco jogadores inscritos na competição. De acordo com o vice-presidente alvirrubro, no entanto, a missão não será nada fácil. Para Diógenes Braga, além da questão financeira, o interesse baixo de alguns jogadores atuarem na Série C dificulta contratações.
"É possível que a gente busque uma reposição da característica do jogador. Sinceramente, buscar um jogador, nesse momento, que tenha o quilate de Jorge Henrique, que venha como um nome impactante, eu não creio que seja possível, porque fora a questão financeira, os campeonatos estão rolando e a disponibilidade de atletas que tenham esse apelo de vim jogar uma Série C é baixa. Os desafios são grandes, não só para levantar recurso financeiro", destacou Diógenes Braga.
17 jogos, uma assistência e dois gols marcados (média de 0,12 gol por jogo)
12 jogos como titular e cinco saindo do banco de reservas
Sete vitórias, seis empates e quatro derrotas
1096 minutos em campo, com média de 64,4 minutos por jogo
Ficou de fora de 16 jogos do Náutico na temporada