“Jogo sempre com dor nas costas, é um sacrifício muito grande". É essa a justificativa do wide receiver do Recife Mariners Ricardo Teixeira para a aposentadoria do futebol americano, aos 27 anos de idade. Engenheiro civil de formação acadêmica, o atleta pode fazer neste sábado o seu último jogo pelo time pernambucano, quando enfrenta o João Pessoa Espectros, na reedição das duas últimas finais da Conferência Nordeste da Superliga Nacional de Futebol Americano, no estádio dos Aflitos, às 14h.
Ricardo joga no time marinheiro desde a sua fundação, há 10 anos atrás. O atleta chegou a ficar de fora do time durante três anos, por causa das mesmas dores nas costas, mas vem atuando initerruptamente há outros três. Fã de futebol americano e da NFL, o wide receiver lembra com saudosismo dos tempos em que atuava nas areias da praia de Boa Viagem.
“A gente jogava na praia, brigava com os barraqueiros por um lugar na areia. Chegava cedo para marcar espaço e poder jogar. Não tinha equipamento de proteção. Eu acho que peguei todas as fases do futebol americano no Recife”, relembrou o jogador.
As dores nas costas vêm atrapalhando a vida de Ricardo há tempos, tanto em campo quanto no dia a dia como engenheiro civil. Mesmo após a parada de três anos para se recuperar, os incômodos são sentidos até em movimentos simples, como se abaixar para pegar uma caneta que caiu no chão da sala. A possibilidade de o último jogo da carreira ser já no sábado não titubeia o atleta quanto o seu desempenho em campo contra os pessoenses. Segundo ele, a aposentadoria não pode vir agora nos playoffs com uma derrota, mas sim com a conquista do título do Brasil Bowl (final da Superliga Nacional), em dezembro.
“Nos últimos três anos eu venho sentindo muita lesão na coluna. Desde 2014 eu sofro com isso. Jogo sempre com dor, é um sacrifício muito grande. É algo crônico mesmo, sempre tive. Até quando eu estou trabalhando normalmente eu sinto isso, está difícil de continuar. Pode ser o último jogo, mas vamos batalhar para não ser. Quero ser o campeão da conferência e depois ir em busca do Brasil Bowl", ressaltou.
Dono de quatro touchdowns até aqui em 2016, o camisa 19 busca superar a marca obtida no ano passado, quando marcou sete TD’s em toda a temporada. Com passado e presente marcados pelo protagonismo no time azul, Ricardo Teixeira garante que mesmo depois que pendurar as chuteiras, terá presença ativa no cotidiano do time recifense.
“Os meus melhores amigos hoje são do Mariners. Não sei se vou ajudar, mas com certeza eu vou ter algum vínculo com o time”, concluiu o atleta.
Por conta da volta do Náutico à antiga casa no ano que vem, essa pode ser a última partida de futebol americano na casa alvirrubra. O estádio já passa por reformas na área interna e deverá ficar fechado até a conclusão.