Dona da melhor marca das Américas nos 100m da classe T42, Ana Cláudia Maria da Silva embarcará amanhã para a missão mais importante do primeiro semestre. No final de semana, a pernambucana disputará a primeira etapa do Circuito Brasileiro de para-atletismo, em São Paulo. A disputa valerá vaga para o Campeonato Mundial de Londres, entre os dias 14 e 23 de agosto. Ana entrará em ação duas vezes: a primeira será no sábado, nos 100m, enquanto a segunda será no domingo, no salto em distância.
A missão da pernambucana será cravar o índice B do salto em distância. A marca necessária de acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é 3,92m. Ela chegou bem perto em abril, quando disputou o Open Internacional e fez 3,74m. “Agora, a concentração foi voltada para a manutenção do planejamento que fizemos para o Open. O cartucho principal foi para a primeira competição porque foi penúltima oportunidade para fazer o índice. Se fizéssemos diferente, não seria a melhor estratégia”, esclareceu o técnico Ismael Marques.
Ana, inclusive, já estabeleceu o índice B dos 100m. Ela cravou 16seg05 e ultrapassou o tempo exigido, que é 16seg20 – o índice A é 15seg39. Por isso, suas atenções estão voltadas para o salto em distância. Caso consiga a marca necessária, sua chance de integrar a seleção nacional aumentará.
O CPB deve convocar a seleção brasileira para o Mundial na próxima semana. A expectativa é que a pernambucana carimbe novamente seu passaporte para disputa europeia. Na ocasião, ela buscará um lugar no pódio dos 100m. Para se ter uma ideia, na edição de Doha-2015, ela conquistou a medalha de bronze. “Desta vez ela vai fazer melhor. Ela tem reais condições de faturar a prata”, pontuou Marques.
O Mundial de Londres configura o primeiro momento importante visando ao Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2020. Para os competidores, é o primeiro passo da preparação para o maior evento esportivo do mundo. Portanto, é importante participar do Mundial, reencontrar os rivais e conhecer os jovens talentos de outros países. “É importante também porque é uma experiência muito diferente e abre muitas oportunidades de incentivo esportivo”, concluiu o treinador.