Justamente diante do melhor time da Superliga Feminina de Vôlei, a jogadora trans Tifanny Abreu bateu, na noite da última terça-feira (30), o recorde de pontos de uma atleta por partida. Os 39 marcados pela ponteira diante do Dentil Praia Clube, líder do torneio, aumentaram as polêmicas em torno da legitimidade dela atuar entre as mulheres. A marca anterior era de 37 e pertencia a Tandara, oposta do Osasco e da seleção brasileira.
Tifanny foi anunciada como reforço do Bauru no início de dezembro do ano passado, quando assinou contrato. A presença de jogadoras transsexuais na Superliga Feminina de Vôlei foi permitida pela CBV e pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB), que seguiram diretriz do Comitê Olímpico Internacional (COI). Sem que precise realizar a cirurgia de mudança de sexo, a atleta pode atuar no torneio nacional feminino desde que tenha a taxa de testosterona (hormônio masculino) controlada. Esse nível deve ser inferior a 10.
A de Tifanny está sob controle, mas o grande questionamento feito por jogadoras, técnicos e especialistas é que ela realizou a transição para o sexo oposto após os 30 anos, quando os ganhos ósseos, musculares e cardiorrespiratórios já foram estabelecidos.
Ao todo, a jogadora do Bauru tem 160 pontos anotados no torneio em 30 sets disputados