O ex-presidente do Santa Cruz nos anos 70, João Caixero, destacou que o coordenador do núcleo gestor coral, Roberto Freire, precisa ser mais transparente nas acusações feitas sobre a “máfia que existia dentro do clube”. Em entrevista à Rádio Jornal, na última quinta-feira, o atual diretor executivo denunciou a existência de esquemas de corrupção em diversos setores do clube. Procurado pelo Jornal do Commercio e Blog do Torcedor, o ex-mandatário justificou que um conteúdo de tamanha importância não poderia ter sido revelado de maneira generalizada e sem as conclusões detalhadas das investigações das autoridades.
Caixero frisou que não conseguiu seguir os discursos dos ex-presidentes (ouvidos pelo JC e Blog do Torcedor na última quinta), que não emitiram opinião sobre o assunto porque não foram citados na polêmica entrevista. “Fiquei surpreso pela forma que tudo foi colocado. É necessário que o próprio acusador passe o nome das pessoas envolvidas nesse processo de quadrilha. Vou na contramão dos ex-presidentes que se pronunciaram dizendo que não existe o que dizer porque não tiveram os nomes envolvidos no caso”, afirmou.
João Caixero citou que as declarações da maneira que foram faladas colocam em dúvida o trabalho de outros dirigentes e gestões anteriores, que podem não ter nenhum envolvimento com o assunto. “A coragem que o diretor (Roberto Freire) teve de revelar o assunto precisa ter novamente para deixar tudo esclarecido. Não deixando dúvidas sobre as pessoas que trabalharam em prol do Santa Cruz na área administrativa. Até porque ele se refere a gestões passadas. Assim não deixa margem nenhuma para outras interpretações equivocadas”, comentou.
Outro ponto que chateou o ex-líder executivo do Santa Cruz foi o termo utilizado na entrevista. De acordo com o conteúdo revelado por Roberto Freire, existia uma “cultura” instalada para sobreviver da falta de controle da gestão. “Criar uma cultura se refere a um período enorme de tempo. Mesmo que seja uma empresa terceirizada, alguém contratou, alguém era responsável. É preciso deixar claro”, disse.
João Caixero foi presidente do Santa Cruz no ano de 1974. Atualmente, ele é diretor administrativo e financeiro da Comissão Patrimonial do clube. Poder independente ao Executivo e Conselho Deliberativo. Inclusive, principal ponto de mudança desejado pela torcida no novo estatuto, que está em fase de formulação. Caixero também é o responsável pelo CT Ninho das Cobras.