O promotor José Bispo revelou que o Ministério Público de Pernambuco não foi notificado sobre o confronto entre torcidas organizadas de Sport e Santa Cruz na noite da segunda-feira. No entanto, o MP está trabalhando no caso e vai requisitar um inquérito à Delegacia do Torcedor para apurar os fatos. Ele destacou a gravidade do crime, levando em consideração que o episódio ocorreu longe dos estádios esportivos em um dia sem partidas de futebol. A confusão aconteceu durante a comemoração do aniversário de 106 anos do Tricolor, no Pátio da Santa Cruz, no bairro da Boa Vista, no centro do Recife.
"Pela natureza dos fatos é um crime encarado de forma grave. Uma das vítimas está hospitalizada", comentou o promotor, que continuou. "O fato acontecido não foi em dia de jogo e também não estava localizado próximo aos estádios dos clubes. Aconteceu em um evento envolvendo torcedores, mas não era dia de jogo. O que o Ministério Público vai fazer é requisitar junto à Delegacia do Torcedor um inquérito para apurar os fatos. Adianto que até agora o MP não recebeu nenhuma notificação ou requerimento. Estamos trabalhando nessa demanda para requisitar o inquérito. Se for provado que tevem envolvimento de torcedores membros das uniformizadas vamos recorrer ao Estatuto do Torcedor e eles podem, inclusive, ser afastados dos estádios por até cinco anos. Mas é necessário que eles sejam identificados e estejam cadastrados em suas respectivas torcidas organizadas", argumentou José Bispo.
O promotor ainda falou sobre a dificuldade de identificar os torcedores envolvidos em casos como este e a dificuldade de dar andamento ao processo quando não há um flagrante. Falta punição efetiva para os criminosos. "Qualquer crime com prisão em flagrante tem um processo já direcionado, porque houve a prisão em flagrante. Existe crime e autor. Nesse caso tem que abrir a investigação. Pela natureza dos fatos é um crime encarado de forma grave. Uma das vítimas está hospitalizada
O promotor José Bispo ainda revelou que ainda em fevereiro se reunirá com o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, Polícia Militar e representantes de Sport, Santa Cruz e Náutico para tentar estabelecer um poder coercitivo e eficiente em casos que envolvam as torcidas organizadas dos clubes do Recife. "Temos que voltar a discutir formas de estabelecer maior poder coercitivo para reduzir os casos e confrontos entre as uniformizadas, além garantir um sistema de punição eficiente", concluiu.