A segurança dos presídios em Roraima e no Amazonas será reforçada com a chegada de 200 integrantes da Força Nacional. A medida foi anunciada na manhã desta segunda-feira (9), pelo Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em resposta ao pedido dos Estados, que afirmaram precisar de ajuda federal para deflagrar ações de combate ao narcotráfico e reforçar a segurança das unidades prisionais. Em Manaus, o caso já é considerado o terceiro episódio mais sangrento da história do sistema prisional brasileiro. O presidente Michel Temer já havia anunciado a construção de presídios em todos os Estados.
O efetivo será levado, entre a noite desta segunda (9) e a madrugada desta terça-feira (10), por aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) para os dois Estados. Não caberá à Força Nacional substituir a polícia penitenciária. Os homens reforçarão a segurança no entorno, podendo dar apoio às barreiras, ajudar na recaptura de fugitivos, escolta e guarda de presos que eventualmente precisem se deslocar para algum tribunal, por exemplo.
"(Os homens vão) realizar policiamento, dar apoio nos bloqueios (policiais) e policiamento no perímetro das penitenciárias. Eles não poderão realizar a substituição dos agentes penitenciários; eles vão para reforçar (a segurança)", esclareceu o ministro.
Somente na semana passada, rebeliões em penitenciárias no Amazonas e em Roraima resultaram na morte de cerca de 100 presidiários. A medida faz parte do auxílio do governo federal a sete estados que pediram ajuda para reforçar a segurança do sistema penitenciário local: além do AM e RR, também pediram ajuda Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins.
Os governadores do Amazonas, José Melo (Pros), e de Roraima, Suely Campos (PP), apelaram por auxílio diante da atual crise carcerária.
A governadora de Roraima enviou um ofício ao presidente Michel Temer e ao ministro da Justiça, solicitando, "em caráter de urgência", o envio de cem policiais da Força Nacional, "para auxiliar nossas forças de segurança no controle da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo". Essa unidade prisional, localizada na zona rural de Boa Vista, foi palco, na última sexta-feira (6), do assassinato de 33 detentos. A penitenciária é a maior de Roraima e é administrada pelo governo do Estado.
No domingo (8), José Melo, governador do Amazonas, pediu ajuda ao governo federal depois que uma rebelião na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, no centro de Manaus, terminou com quatro presos mortos.
Foi para essa unidade onde foram transferidos, durante a semana passada, cerca de 280 presos depois que uma rebelião que durou 17 horas resultou no assassinato de 56 detentos, entre os dias 1º e 2, no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus.