Polícia pede apreensão de jovem suspeito de ajudar a planejar massacre em Suzano

O adolescente teria sido visto por pelo menos três vezes em dez dias com os autores do massacre
JC Online
Publicado em 14/03/2019 às 18:16
O adolescente teria sido visto por pelo menos três vezes em dez dias com os autores do massacre Foto: Foto: NELSON ALMEIDA / AFP


A Polícia Civil pediu à Justiça nesta quinta-feira (14) a apreensão de um adolescente suspeito de ser o terceiro envolvido no ataque à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, que deixou 10 mortos e 11 feridos nessa quarta-feira (13).

O jovem teria sido visto com Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, com quem havia estudado, e com Luiz Henrique de Castro, 25, por pelo menos três vezes em dez dias no estacionamento onde os atiradores deixaram o carro utilizado no crime.
O veículo permaneceu estacionado no local por dias, em uma vaga mais ao fundo, longe da guarita e da rua, à pedido dos jovens, que chegaram algumas vezes com mochilas e sacolas.

"Eles pediram para deixar o carro parado lá. Eu conhecia o Guilherme porque ele já tinha ido várias vezes ao estacionamento quando trabalhava na locadora do tio, Jorge. Eles deixavam carros estacionados com a gente às vezes", disse o dono do estacionamento, Éder Alves.

De acordo com a polícia, Guilherme foi o mentor do crime e que Luiz Henrique "não tinha uma personalidade tão firme a ponto de impedir ou deixar de ingressar na execução do crime". 

Planejamento

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, o crime estava sendo planejado ao menos desde novembro e as conversas entre os comparsas ocorriam principalmente de forma presencial, já que moravam perto um do outro.

A Polícia ainda realiza perícia nos equipamentos apreendidos para apurar a suspeita de que fóruns da deep web incitaram a tragédia. "Eles não se sentiam reconhecidos na comunidade que faziam parte e queriam agir como em Columbine, com crueldade. Este era o principal objetivo: a repercussão", disse Fontes.

O delegado detalhou que a besta, o arco e flecha, o machado e as roupas táticas foram adquiridos pelo site Mercado Livre, plataforma que permite vendas diretas entre comerciantes e consumidores.

Atrito com o tio

As investigações apontam que o tio de Guilherme, Jorge Antonio de Moraes, foi morto porque os dois tinham atritos. Anteriormente, tio e sobrinho haviam trabalhado juntos na locadora de carros de Moraes.

"Ele não era reconhecido pelo tio, apesar de ter sido contratado para trabalhar na empresa, foi demitido após realizar pequenos furtos, e a informação que temos é que ele [Guilherne] era o líder da dupla", disse Pontes. 

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