Após 20 dias na embaixada do Brasil em Oslo, Vitória e Sofia voltam hoje ao Recife

Pernambucana recebeu autorização do governo norueguês para retornar ao Brasil com a filha, após imbróglio com o serviço social em Oslo, que ameaçou separá-las
Do JC Online
Publicado em 18/12/2013 às 6:03
Pernambucana recebeu autorização do governo norueguês para retornar ao Brasil com a filha, após imbróglio com o serviço social em Oslo, que ameaçou separá-las Foto: Foto: Arquivo Pessoal


Depois de 20 dias refugiadas na embaixada brasileira em Oslo (Noruega), chegam hoje ao Recife as brasileiras Vitória Alves Jesumary, 37 anos, e sua filha Sofia, 3. As duas receberam, ontem pela manhã, a liberação do governo norueguês para voltar ao País. “A expectativa é enorme, e a gente sente que só vai acreditar quando ela estiver aqui”, conta a irmã de Vitória, Soraia Jesumary. “Faz dias que não consigo dormir, estamos todos meio em choque. A história toda parece de filme, eu ainda não acredito que possa ser verdade”, confessa.

Vitória procurou a embaixada no dia 28 de novembro, depois que o Barnevernet, conselho tutelar local, anunciou que iria buscar Sofia para ser entregue a outra família, alegando que a criança estava sendo afetada pelo processo de separação dos pais, que brigavam na Justiça pela guarda. Foi o próprio pai de Sofia, Alberto Kroff, chileno naturalizado norueguês, que levou a criança até a representação diplomática brasileira, sabendo que a menina poderia nunca mais voltar para a família.

Vitória, avisada por ele, chegou ao local ao mesmo tempo, e lá foi impedida pela polícia de entrar no prédio. Foi preciso que o embaixador Flávio Helmold Macieira e o ministro conselheiro Francisco Chagas Resende interviessem. Mãe e filha, que saíram ontem da Noruega, desembarcam às 21h15 no Aeroporto dos Guararapes em um voo da TAP.

As passagens para o retorno das duas foram compradas no final da semana passada pelo Itamaraty, quando começaram a ficar mais fortes os sinais de que o governo norueguês iria permitir a volta de mãe e filha. Todos os documentos solicitados ao governo pernambucano já haviam sido enviados pelo Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Cras/Varadouro). O conselho tutelar norueguês exigiu que a família mostrasse que estava apta financeiramente para cuidar das duas, e também mostrar condições de moradia. Até mesmo um documento mostrando a matrícula de Sofia em uma escola foi enviado.

Mãe e filha receberam autorização para o embarque, pela polícia da comuna de Liar (cidade a cerca de 30 quilômetros de Oslo), região onde viviam, e foram acompanhadas até o aeroporto pelas autoridades consulares brasileiras. Ao contrário do que havia sido levantado, o retorno das duas não terá as condições comuns da expatriação, quando os passaportes são apreendidos e é preciso voltar apenas com autorização de voo para o país de origem. Ambas – Vitória, pernambucana, e Sofia, paulistana – continuam com os documentos. O pai de Sofia permanecerá na Noruega, e deve visitar a menina em junho do ano que vem.

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