O secretário de Estado americano, John Kerry, negou neste sábado (8) que Washington tenha proposto ao Irã que coopere na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) em troca de um acordo sobre o programa nuclear de Teerã.
"Não há qualquer relação entre as negociações sobre a questão nuclear e outros assuntos distintos", assegurou Kerry à imprensa em Pequim, onde participou na reunião ministerial do Fórum de Cooperação Econômica Ásia Pacífico (Apec), prévia à cúpula de presidentes de segunda (10) e terça-feira (11).
"Quero que fique totalmente claro. Nenhuma conversa, nenhuma negociação, nenhuma comunicação constitui um acordo ou uma troca de tipo algum com os acontecimentos relacionados ao Oriente Médio", afirmou o chanceler americano.
A imprensa americana afirmou nesta semana que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, teria escrito em segredo ao líder supremo do Irã para discutir uma possível cooperação na luta contra o Estado Islâmico (EI), em troca de um acordo sobre o programa nuclear iraniano.
Em outubro passado, Obama teria enviado uma carta ao aiatolá Ali Khamenei. Nela, o presidente se referia a uma "luta compartilhada" contra os militantes sunitas do EI.
A informação foi publicada por "The Wall Street Journal", que afirmou que esta seria a quarta correspondência de Obama a Khamenei desde 2009.
Segundo o jornal, nessa última carta, Obama insiste em que qualquer cooperação para combater os jihadistas do Estado Islâmico deve estar condicionada a um acordo amplo sobre o programa nuclear iraniano.
Irã e Estados Unidos não têm relações diplomáticas desde o ataque à embaixada americana em Teerã, em 1979, e a crise dos reféns que durou 444 dias.