Vários terroristas que invadiram um hotel da capital líbia Trípoli mataram ao menos cinco estrangeiros e detonarem os explosivos que carregavam após várias horas de cerco das forças de segurança, em um ataque reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).
No total, nove pessoas morreram no ataque. Além dos cinco estrangeiros, uma pessoa feita refém pelos terroristas e cuja nacionalidade não é conhecida morreu quando os homens armados acionaram seus explosivos, informou uma porta-voz dos serviços de segurança.
Três membros da segurança também morreram no ataque.
"Perseguidos e cercados pelas forças de segurança no 21º andas do hotel, terroristas acionaram o cinto de explosivos que carregavam", declarou Issm al Nas.
Outra fonte de segurança confirmou localmente esta informação.
As forças de ordem líbias cercavam há várias horas o hotel Corinthia, muito frequentado por estrangeiros, após vários homens armados explodirem um carro-bomba e matarem três guardas, antes de invadirem o estabelecimento.
Na explosão do carro-bomba, ao menos cinco pessoas ficaram feridas, entre elas duas funcionárias filipinas.
Várias ambulâncias continuam estacionadas nas proximidades do hotel. Ainda não se sabe quantos hóspedes estavam no hotel, frequentado por diplomatas e membros do governo.
Em um breve comunicado no Twitter, o ramo do Estado Islâmico em Trípoli reivindicou o ataque ao hotel, segundo o SITE Intelligence, a agência americana que monitora sites jihadistas.
"Trata-se de uma situação que segue em andamento, o que sabemos por enquanto é o que está sendo veiculado pela imprensa", assegurou por telefone à AFP Matthew Dixon, porta-voz da rede hoteleira com sede em Malta.
"Nossos pensamentos estão com os funcionários e hóspedes", acrescentou, sem dar outras informações.
A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, manifestou preocupação com o ataque, condenando e expressando solidariedade às vítimas e suas famílias".
"Não podemos permitir que estes ataques prejudiquem o processo político", declarou em um comunicado, referindo-se ao novo ciclo de negociações mediadas pela ONU entre facções rivais da Líbia que iniciou-se na segunda-feira com vista à implementação de um roteiro para criar uma governo de unidade.
O luxuoso hotel Corinthia, centro de reunião de funcionários do governo, diplomatas e empresários estrangeiros, era considerado um lugar seguro e um oásis em meio ao caos estabelecido na cidade desde a queda do coronel Muammar Khaddafi.
Neste local, reuniram-se o primeiro-ministro britânico David Cameron e, mais tarde, o então presidente francês, Nicolas Sarkozy, com autoridades locais após a mudança de regime.
Mas a segurança diminuiu desde outubro de 2013, quando o primeiro-ministro Ali Zeida foi sequestrado por homens armados, que o libertaram horas depois.
As milícias que derrubaram o ditador Khaddafi disputam atualmente o território e as riquezas petrolíferas da Líbia e controlam as duas maiores cidades, Trípoli e Benghazi (leste).
A situação agravou-se nos últimos meses, com o aparecimento de dois governos e dois parlamentos paralelos.