Morales diz que Obama deve se desculpar por política em relação à Venezuela

O presidente boliviano demonstrou seu desejo de que o recente conflito entre Washington e Caracas seja analisado no Panamá, sede nos dias 10 e 11 de abril da VII Cúpula das Américas
Da AFP
Publicado em 13/03/2015 às 14:34
O presidente boliviano demonstrou seu desejo de que o recente conflito entre Washington e Caracas seja analisado no Panamá, sede nos dias 10 e 11 de abril da VII Cúpula das Américas Foto: Foto: José LIrauze / ABI


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enfrentará uma situação difícil na Cúpula das Américas do Panamá se não pedir perdão por sua política externa em relação à Venezuela, afirmou nesta sexta-feira o presidente boliviano, Evo Morales.

O governante da Bolívia, que já expressou sua condenação à posição dos Estados Unidos de declarar a Venezuela como "uma ameaça extraordinária e incomum", afirmou em uma coletiva de imprensa que Obama "irá se encontrar com presidentes anti-imperialistas, vai se encontrar com governos anti-imperialistas".

O presidente boliviano demonstrou seu desejo de que o recente conflito entre Washington e Caracas seja analisado no Panamá, sede nos dias 10 e 11 de abril da VII Cúpula das Américas, auspiciada pela OEA.

"A partir de agora estamos pedindo que o debate seja público na Cúpula das Américas", insistiu o governante sobre o encontro que tem como tema central a prosperidade com igualdade.

O presidente indígena e esquerdista afirmou que, antes do encontro, os Estados Unidos devem dar sinais em direção à região, como a retirada de bases militares e a suspensão do embargo econômico sobre Cuba.

"É melhor que o governo dos Estados Unidos retire as bases militares que ainda existem no Peru, na Colômbia e em alguns países da América Central, é melhor que o governo dos Estados Unidos chegue à Cúpula das Américas levantando o bloqueio econômico a Cuba", afirmou.

O governante boliviano é um estreito aliado político de seu colega Nicolás Maduro e do antecessor dele, Hugo Chávez, além dos irmãos Fidel e Raúl Castro.

Morales disse anteriormente que a declaração dos Estados Unidos sobre a Venezuela revelava uma intenção de realizar uma invasão e pediu à Unasul e à Celac uma reunião de urgência diante da agressão.

O encontro no Panamá também será uma oportunidade para ter em uma mesma mesa Raúl Castro e Obama, que anunciaram em dezembro a decisão de restabelecer as relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos após meio século de interrupção, e cujas delegações já confirmaram a presença dos dois presidentes no encontro.

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