A justiça argentina pedirá relatórios aos Estados Unidos sobre uma conta bancária movimentada pelo falecido promotor Alberto Nisman em Nova York, enquanto o governo pede a investigação da mãe do procurador que acusou a presidente Cristina Kirchner de acobertamento.
"A princípio não está clara a forma como ele abriu a conta e tentamos determinar quais movimentos tiveram e se havia outras contas ou outro tipo de movimento bancário no exterior", explicou nesta quinta-feira o juiz federal Rodolfo Canicoba Corral à Radio del Plata.
Sara Garfunkel, mãe de Nisman, tem uma conta no banco Merrill Lynch de Nova York, cuja titularidade compartilha a irmã do fiscal e com um assistente de informática, Diego Lagomarsino, imputado por ter lhe emprestado a arma de onde saiu o disparo que o matou em 18 de janeiro. Nisman também podia movimentar essa conta.
O promotor foi encontrado com um disparo na cabeça no banheiro de seu apartamento quatro dias depois de ter acusado Kirchner de encobrir ex-funcionários iranianos pelo atentado anti-semita de 1994 em Buenos Aires, que deixou 85 mortos.
Três meses depois da sua morte ainda não se pode estabelecer se foi suicídio ou crime, como denuncia sua ex-mulher, a juíza Sandra Arroyo Salgado.
Uma junta médica deve determinar, no dia 27 de abril, o momento de sua morte, que também é uma divergência entre a promotoria e a família da vítima.
Na terça-feira, a Justiça esteve na casa da mãe de Nisman depois que ela declarou no tribunal que encontrou em sua garagem uma arma registrada no nome do promotor semelhante à encontrada no local da morte.
"Se eu fosse promotor do caso, teria ordenado a detenção da mãe, há 80 dias, para ver o que aconteceu", disse nesta quinta-feira o chefe de Gabinete, Aníbal Fernández em coletiva de imprensa.
Garfunkel foi uma das primeiras pessoasa encontrar o corpo de Nisman com um disparo e que chamou o serviço de emergência, relatando o acontecido.
O chefe de Gabinete se perguntou "o que a pistola faz nas mãos da mãe, que não se sabe quantas horas esteve no apartamento? Havia uma carta suicida?".
Segundo informou a Justiça, Garfunkel esvaziou, pouco depois da morte de Nisman, as caixas de segurança que promotor morto tinha em bancos de Buenos Aires, ante que a justiça pudessa verificar seu conteúdo.