A Turquia condenou nesta sexta-feira (24) as palavras pronunciadas pelo presidente russo Vladimir Putin durante as cerimônias do centenário do genocídio armênio em Yerevan, afirmando que nada pode "justificar massacres em massa".
"Rejeitamos e condenamos a qualificação dos eventos de 1915 de genocídio pelo presidente russo,Vladimir Putin, apesar dos nossos avisos e chamadas", escreveu em um comunicado o Ministério turco das Relações Exteriores.
"Nada pode justificar massacres em massa. Hoje nos reunimos ao lado do povo armênio", disse Putin, que caracterizou esses eventos como "genocídio".
"Tais declarações políticas violam a lei e são consideradas nulas e sem efeito pela Turquia", lamentou Ancara.
Em seu comunicado, o ministério também criticou a Rússia por suas "práticas desumanas contra os povos turcos e muçulmanos" ao longo da história, sem mais detalhes. "Nós acreditamos que a Rússia não poderia estar em melhor posição para saber o que é um 'genocídio' e o que abrange esta dimensão jurídica", insistiu.
"A repetição desse erro por parte da Rússia não irá promover a paz e o bem-estar da nossa região", concluiu Ancara.
Há vários dias, a Turquia tem denunciado sistematicamente as declarações qualificando de genocídio os massacres de centenas de milhares de armênios pelo Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial.
As autoridades islâmico-conservadoras turcas apresentaram mais uma vez nesta sexta-feira condolências às vítimas armênias de 1915, reconhecendo seu "sofrimento", mas sem reconhecer o caráter organizado e sistemático desses massacres.