A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, não se candidatará a nenhum cargo nas eleições deste ano. Havia expectativa de que ela disputasse o posto de deputada no Mercosul, função que é eleita por voto popular no país. Seu filho Máximo Kirchner, 38, será candidato a deputado pela província de Santa Cruz, na região da Patagônia. Será a estreia dele em eleições.
A confirmação de que Cristina não participará das eleições só foi revelada à 0h de domingo, quando terminou o prazo para que os partidos entregassem as listas de candidatos. Cristina, 62, deixará o serviço público após 26 anos, nos quais foi deputada provincial e federal e presidente por dois mandatos. Ela deixa o comando do país em 10 de dezembro deste ano e seu futuro segue uma incógnita.
Em um discurso na TV, exibido no sábado, a presidente sugeriu que tentará manter sua influência. "Quero dizer a vocês que do lugar onde estarei, sempre estarei junto a vocês, em todos os momentos, e mais ainda nos momentos difíceis", despediu-se.
No pronunciamento, que durou meia hora, Cristina criticou a imprensa e disse que está sofrendo um ataque midiático. Ela comparou as críticas ao bombardeio à Praça de Maio, que culminou com o golpe militar que destituiu da presidência Juan Domingo Perón, em 1955.
"Há bases midiáticas instaladas no continente dispostas a bombardear todos os dias os processos e projetos populares", disse a presidente.
Nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial, marcada para 25 de outubro, Daniel Scioli, governador da província de Buenos Aires e o prefeito de Buenos Aires, Maurício Macri, de direita, aparecem na frente, mas tecnicamente empatados.