O presidente francês, François Hollande, afirmou nesta terça-feira que a Grécia não foi humilhada pelo acordo obtido em Bruxelas sobre sua dívida e anunciou propostas para um governo econômico europeu.
"Não aceito que um povo seja humilhado", "a humilhação teria sido tirá-la da zona do euro", disse Hollande na entrevista que concede tradicionalmente no dia da festa nacional francesa.
"Foi a Grécia quem propôs as reformas e o primeiro-ministro (Alexis) Tsipras votou estas reformas antes que as mesmas" fossem apresentadas em Bruxelas, argumentou Hollande.
A França, "em coerência" com seu sócio alemão, fará propostas para a criação de um "governo econômico europeu", indicou.
"Irei propor que possamos ir mais longe sobre o governo econômico", porque "é necessário que haja um governo econômico europeu" para enfrentar as crises na União Europeia, disse.
O presidente ressaltou que a França "esteve em seu lugar" e "desempenhou seu papel" para contribuir com a permanência da Grécia na zona do euro, embora tenha se recusado a dizer que Paris ganhou.
"Não digo que a França tenha ganhado, porque isso não corresponde a minha ideia. Foi a Europa que ganhou, e a França esteve em seu lugar e desempenhou seu papel", explicou.
Respondendo aos comentários em relação às divergências entre França e Alemanha sobre o tema da Grécia, o presidente francês afirmou que "não teria ocorrido acordo" sobre a dívida grega "sem a dupla franco-alemã".
A chanceler alemã, Angela Merkel, que "tinha motivos para desconfiar", esteve presente "no encontro da Europa", declarou.