Prefeitos reunidos no Vaticano para dizer não à escravidão e aquecimento global

Políticos de Roma, Paris, Nova Iorque, Madri e São Paulo se revezaram na tribuna para denunciar a persistência da escravidão nas sociedades modernas
Da AFP
Publicado em 21/07/2015 às 12:27
Políticos de Roma, Paris, Nova Iorque, Madri e São Paulo se revezaram na tribuna para denunciar a persistência da escravidão nas sociedades modernas Foto: Foto: AFP


Sessenta prefeitos de grandes cidades de todo o mundo se reuniram nesta terça-feira no Vaticano, a convite do papa Francisco, para afirmar seu compromisso com a luta contra a escravidão moderna e o aquecimento global.

Os prefeitos de Roma, Paris, Nova Iorque, Madri e São Paulo se revezaram na tribuna para denunciar a persistência da escravidão nas sociedades modernas.

"A escravidão ainda existe em nossas cidades, incluindo aqui em Roma", disse o prefeito da capital italiana Ignazio Marino.

Ex-cirurgião, Marino denunciou o tráfico de órgãos, que ele garante que deve  crescer, dada a demanda crescente. Cerca de 10.000 operações são realizadas a cada ano para extrair órgãos para o benefício de pacientes ricos em todo o mundo.

Estas operações ilegais são realizadas principalmente na China, Índia e Paquistão, assegurou.

Mas, advertiu, "a África é a nova fronteira" deste tráfico internacional. O prefeito de Roma também advertiu contra a tentação de legalizar esse tráfico, permitindo a doação de órgãos em troca de remuneração, como, segundo ele, estuda os Estados Unidos.

A conferência, organizada no Vaticano, também ouviu o testemunho de duas jovens mexicanas, Karla Jacinto e Ana Laura Perez Jaimes, ambas feitas "escravas" durante anos em seu país.

Karla foi forçada a se prostituir a partir dos 12 anos, presa em um bordel mexicano onde fez as contas de seus "clientes" até sua libertação aos 16 anos: mais de 42.000.

Ana Laura relatou, por sua vez, como viveu  por cinco anos presa em celas e, por vezes, forçada a trabalhar 20 horas por dia, até que conseguiu escapar aos 23 anos.

"Não é possível que isso continue a existis, não é possível que nós permanecemos cegos" para lidar com esta situação, declarou.

"Temos que mudar nosso estilo de vida", defendeu Anne Hidalgo, prefeita de Paris, pedindo a implementação de uma "economia de menor impacto", privilegiando, por exemplo, a reciclagem.

Hidalgo agradeceu o convite do Papa, que permitiu comparar as experiências de dezenas de prefeitos em todo o mundo sobre temas chave.

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