O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou na noite de terça-feira (18) o adiamento para 2017 das eleições regionais, que deveriam ocorrer em dezembro.
Em nota curta, a presidente do CNE, Tibisay Lucena, não explicou os motivos do adiamento e informou apenas que o novo pleito será realizado "no final do primeiro semestre de 2017".
Para a disputa eleitoral, a expectativa era de que os partidos de oposição derrotassem, novamente, os membros do partido de Nicolás Maduro. Por causa disso, a coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) acusou o governo de fazer uma manobra para atrapalhar a organização do referendo revogatório, que tenta tirar Maduro do poder.
"O adiamento se inscreve no perigoso marco de um regime colocado claramente à margem da Constituição. O CNE pretende ignorar a consulta eleitoral que o povo venezuelano exige com mais urgência e que o regime teme", escreveu a MUD em nota.
A oposição terá que cumprir a última fase do recolhimento de quatro milhões de assinaturas (20% dos eleitores) para a realização do referendo. Apesar da MUD tentar validar o processo ainda em 2016, Lucena já avisou que mesmo com o recolhimento do mínimo exigido por lei, o referendo acontecerá apenas no início do ano que vem.
Com isso, se Maduro for tirado do poder, seu vice assume e não serão convocadas novas eleições presidenciais.