"Vocês chamam de terrorismo, eu chamo de patriotismo!": gritou em uma corte americana, nesta terça-feira (30), o supremacista branco acusado de matar duas pessoas quando defendiam duas mulheres, assediadas com insultos racistas e antimuçulmanos.
Sem se declarar culpado, ou inocente, das nove acusações que pesam contra ele, Jeremy Joseph Christian seguiu disparando sua metralhadora verbal: "vão embora, se não gostam da liberdade de expressão! Morte aos inimigos dos Estados Unidos! Vão embora desse país se odeiam nossa liberdade"!
Ele deve voltar ao tribunal em 7 de junho.
Na audiência, estava Micah Fletcher, que sobreviveu a uma punhalada, depois de intervir na defesa de uma adolescente negra de 16 anos e de sua amiga muçulmana. Ambas eram agredidas por Christian com insultos raciais e religiosos em um trem. Outros dois homens que também tentaram defendê-las morreram esfaqueados.
"Fui apunhalado no pescoço, quando ia para o meu trabalho, por acaso, por um estranho que não conheço, por tentar ser uma pessoa boa", disse Fletcher ao canal NBC nesta terça.
Segundo a imprensa local, Christian, de 35 anos, apareceu em ato de extrema direita no Oregon, em abril, no qual lançava xingamentos racistas enquanto fazia a saudação nazista.
Ele tem antecedentes criminais por roubo, sequestro e posse de armas, relatam jornais americanos.
Descrevendo um dos ataques islamofóbicos, Destinee Mangum, uma das vítimas, contou que estava com a amiga, a qual usava um "hijab". As duas estavam em um trem lotado, no horário de pico, quando Christian se aproximou e começou a insultá-las.
"Ele disse para voltarmos para a Arábia Saudita e disse que não deveríamos estar aqui, que fôssemos embora do país", contou ela à rede KPTV.
"Basicamente, ele nos disse que não éramos nada e que nós deveríamos nos matar", completou.