Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Bahrein e Iêmen romperam nesta segunda-feira (5) as relações diplomáticas com o Catar, ao acusar o país de apoiar o "terrorismo", uma decisão que também implica a expulsão de Doha da coalizão árabe que luta no Iêmen.
O Catar rejeitou a decisão, que chamou de "injustificável" e "sem fundamento". A seguir os principais eventos que levaram à crise sem precedentes entre Catar e os seus vizinhos do Golfo:
- 20 de maio: O Catar se diz vítima de uma campanha "mentirosa" que o acusa de "apoiar" o terrorismo antes de uma visita do presidente americano Donald Trump à Arábia Saudita.
- 21 de maio: o emir do Catar, o xeque Tamim bin Hamad al-Thani, se encontra com Trump em Riad.
- 24 de maio: O Catar anuncia que sua agência de notícias foi "hackeada por uma entidade desconhecida" e que declarações "falsas" foram atribuídas a seu emir.
Entre os temas mencionados: o Irã, o Hezbollah xiita libanês, o Hamas e a Irmandade Muçulmana. As declarações foram reproduzidas pelos meios de comunicação Golfo, apesar das negativas de Doha, que abre uma investigação.
- 25 de maio: "O Catar divide os árabes", é a manchete do jornal Al-Bayan (Emirados), enquanto o jornal saudita Al-Hayat afirma que as declarações atribuídas ao xeque Tamim causaram "uma indignação generalizada".
- 25 de maio: O ministro das Relações Exteriores do Catar, xeque Mohamed bin Abderrahmane al-Thani, denuncia "uma campanha midiática hostil ao Estado do Catar".
- 28 de maio: O chanceler dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash, afirma que as monarquias do Golfo "atravessam uma nova crise aguda" e exige que o Catar, sem nomeá-lo, "mude de atitude e restaure a confiança e transparência".
- 2 de junho: Uma fonte oficial em Doha indica que os investigadores do FBI americano estão ajudando o Catar a determinar a origem do suposto ataque cibernético contra a agência de notícias.
- 05 de junho: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Egito e Iêmen cortam relações diplomáticas com o Catar, abertamente acusado de apoiar o "terrorismo".
Os governos do Irã e da Turquia defenderam nesta segunda-feira (5) um diálogo entre o Catar e seus vizinhos do Golfo, depois que cinco países anunciaram o fim das relações diplomáticas com o Catar.
"A solução às divergências entre Estados na região, incluindo o atual problema entre o Catar e seus três vizinho (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein), só é possível com métodos políticos e pacíficos e com o diálogo entre as partes", afirmou o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Bahram Ghasemi.