Um total de 5% das mulheres nos territórios dos Estados Unidos que foram infectadas com o vírus Zika durante a gravidez tiveram fetos ou bebês com malformações, incluindo a microcefalia, de acordo com dados de saúde do governo divulgados nesta quinta-feira (8).
O relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) abrangeu os territórios de Guam, Samoa Americana, Ilhas Virgens Americanas, Micronésia, Ilhas Marshall e Porto Rico.
O relatório é o primeiro baseado em dados dos territórios americanos e o maior estudo desse tipo já realizado.
Especialistas do CDC disseram que os resultados são consistentes com descobertas anteriores sobre os casos de Zika nos Estados Unidos continental.
"As mulheres nos territórios dos Estados Unidos e em outros lugares que tiveram exposição contínua a mosquitos que transmitem o Zika estão em risco de infecção", disse Anne Schuchat, diretora da CDC.
"Devemos permanecer vigilantes e comprometidos com a prevenção de novas infecções pelo Zika", acrescentou.
A taxa de malformações congênitas foi ligeiramente maior (8%) nas mulheres cujas infecções foram confirmadas no início da gravidez, durante o primeiro trimestre, disse o relatório.
As conclusões do estudo foram baseados nos casos de 2.549 mulheres com possíveis infecções pelo vírus Zika que completaram a gravidez.
Entre essas mulheres, 1.508 tiveram confirmada a infecção pelo vírus Zika de 1 de janeiro de 2016 a 25 de abril de 2017.
Mais de 120 gestações resultaram em malformações associadas ao Zika, incluindo bebês nascidos com cabeças menores que a média, condição irreversível conhecida como microcefalia.
Outras complicações em bebês incluíram convulsões e problemas de movimento, coordenação, alimentação e choro quase constante.
O Zika pode ser transmitido pela picada de mosquitos infectados ou por contato sexual. As mulheres grávidas são orientadas a evitar áreas onde o vírus está se espalhando.
Desde o início da epidemia de Zika, em meados de 2015, mais de 1,5 milhão de pessoas foram infectadas em cerca de 70 países, principalmente no Brasil e em outras nações da América do Sul.
Em novembro de 2016, a Organização Mundial da Saúde anunciou que o surto do vírus Zika já não representava uma emergência mundial de saúde pública, embora tenha avisado que a epidemia continua sendo um desafio.