O presidente americano Donald Trump disse nesta segunda-feira (25) que planeja realizar uma cúpula com o presidente chinês, Xi Jinping, para assinar um acordo e dar fim às disputas comerciais entre os dois países.
"Nós vamos ter uma cúpula para a assinatura", afirmou Trump durante uma reunião com governadores. "Assim, tomara que possamos concluir isso, mas estamos muito, muito próximos", acrescentou.
No fim de semana, Trump anunciou que vai adiar a entrada em vigor de um aumento das tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses após um "avanço substancial" nas negociações comerciais entre os dois países.
Em reação às declarações, a agência oficial chinesa Xinhua citou "progressos significativos" nas negociações entre ambos.
Na semana passada, foi concluída a quarta rodada de diálogos para fim à disputa comercial, após a trégua de três meses pactuada entre os mandatários dos dois países no fim de novembro.
Trump já tinha citado várias vezes a possibilidade de adiar a data-limite de 1 de março para alcançar um acordo comercial e não elevar as tarifas sobre as importações chinesas de 10% para 25%.
Em sua reunião com os governadores no domingo, Trump adiantou que "se tudo correr bem", "grandes notícias são esperadas na semana que vem ou na seguinte".
Os funcionários e economistas em todo o mundo estão atentos ao desenvolvimento de negociações já que uma guerra comercial atacaria com força os lucros das empresas, subindo os preços para os produtos importados e dificultando as vendas de exportadores.
Este cenário poderia prejudicar o comércio global se um acordo não for alcançado.
Na segunda, Wall Street abriu em alta após o anúncio do prologamento da trégua, seguindo a tendência das bolsas asiáticas mais cedo.
Os relatos sobre as negociações indicam que a China prometeu retomar ou aumentar as compras de bens agrícolas americanos, mas Washington busca mudanças mudanças na estratégia industrial do país e reformar a proteção para suas tecnologias.
Os Estados Unidos se queixam de ter um enorme déficit comercial, pero a prática comercial mais criticada pelas empresas americanas é a obrigação de entregar sigilos comerciais quando fazem negócios na China.
A pirataria digital e as violações dos direitos de propriedade intelectual também são uma prioridade, mas, em geral, especialistas afirmam que a maior dificuldade reside na aplicação e verificação das medidas prometidas por Pequim.
De acordo com David Dollar, ex-emissário do Tesouro americano na China, está previsto que os chineses aceitem as reformas estruturais no papel, "mas depois vai ser difícil que os Estados Unidos peçam mais", citando especificamente a revisão da aplicação dessas mudanças.
"Quem vai poder acompanhar melhor" a execução das reformas estruturais "serão as empresas americanas que fazem negócios na China", afirmou Gary Clyde Hufbauer, especialista do Peterson Institute of International Economics (PIIE).
O secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, anunciou que no âmbito das discussões foi alcançado um acordo sobre a moeda - Washington temia que os chineses usassem a manipulação do yuan para manter sua competitividade.