O ex-presidente Evo Morales afirmou, nesta quinta-feira (19) que continua sendo chefe do governo da Bolívia, já que sua renúncia devia ter sido aceita ou rejeitada pelo Congresso, o que “nunca ocorreu”. Morales fez a afirmação durante entrevista à imprensa no Centro Cultural da Cooperação, em Buenos Aires.
O ex-presidente está na Argentina há uma semana, na condição de refugiado. Ele renunciou à Presidência da Bolívia no dia 10 de novembro e asilou-se no México. Morales tinha sido eleito para mais um mandato presidencial em 20 de outubro deste ano, mas as eleições foram anuladas após a constatação de graves irregularidades e fraude, indicadas por uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Nesta quinta-feira, em mensagem no Twitter, ele diz que, legalmente, continua sendo presidente da Bolívia, porque sua "renúncia não foi considerada pela Assembleia Legislativa, como dispõe o Artigo 161 número 3 da Constituição Política do Estado".
Além disso, Morales diz que não foram cumpridos os procedimentos para uma sucessão constitucional, razão pela qual a senadora Jeanine Añez proclamou-se ilegalmente presidente após a renúncia dele.