Aposentadoria, tributos, diretrizes da educação, recursos da saúde, investimentos... A maioria dos temas que dizem respeito à vida do cidadão – sejam sociais, políticos ou econômicos – depende da atuação do Poder Legislativo, às vezes tão ou mais importante que o Executivo em determinados assuntos, como na discussão sobre o aborto. Em Pernambuco, os eleitores vão escolher 49 deputados estaduais, 25 federais e dois senadores.
No radar da próxima legislatura há pautas espinhosas e urgentes que devem ser tratadas, como a reforma da Previdência Social, a restrição ao foro privilegiado e mudança na chamada regra de ouro, só para citar algumas. O teto de gastos públicos e a reforma trabalhista, projetos do Executivo aprovados durante o governo do presidente Michel Temer (MDB), também podem ser rediscutidos.
O JC consultou os cinco candidatos ao Senado melhores colocados nas pesquisa para expor seus posicionamentos sobre pautas que poderão votar nos próximos oito anos, caso eleitos. Há temas tão polêmicos e decisivos para o voto do eleitor que alguns preferiram não opinar dentro das alternativas estabelecidas pela reportagem. Caso da reforma da Previdência. Dando o tom de como será trabalhoso o consenso para mudanças na legislação de um direito que provoca déficit crescente nos cofres da União.
Para a economista Amanda Aires Vieira, da faculdade DeVry/FBV, não é possível pensar numa retomada da economia sem reformar, a princípio, o sistema tributário e a Previdência. “Crescemos demograficamente, muita gente foi inativado, e isso afeta as contas. A reforma da Previdência é uma pauta fundamental. Talvez o modelo de reforma atual ainda não seja o melhor, mas não dá para pensar em crescimento do País em longo prazo que não passe por uma reforma severa”, explicou.
A professora ainda aponta que os candidatos não explanam o suficiente sobre as reformas durante a campanha por receio de criar um desgaste com o eleitor. “Outra reforma que incomoda muito, mas precisa ser feita, é a tributária. É preciso melhorar o ambiente de negócios. Hoje, há muita burocracia, é muito complexo, e acaba inibindo o volume de negócios que poderiam ser feitos no Brasil. Para pensar em sair da crise, é preciso pensar nessas mudanças. Mas existe uma desinformação do eleitorado que se soma à conveniência política. Há um desgaste político muito grande nessas pautas, mas precisam ser feitas”, explicou Amanda Aires.
Além de temas econômicos, a reportagem indagou os candidatos sobre temas como a descriminalização do aborto e mudanças no estatuto do desarmamento, como está publicado no gráfico ao lado.