Ministro deve receber advogados com transparência, diz presidente da OAB

Nos últimos dias, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) tem sido alvo de críticas por ter se encontrado com advogados de empreiteiras sob investigação da Operação Lava Jato
Da Folhapress
Publicado em 18/02/2015 às 13:25
Nos últimos dias, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) tem sido alvo de críticas por ter se encontrado com advogados de empreiteiras sob investigação da Operação Lava Jato Foto: Foto: VANDERLEI ALMEIDA / AFP


O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Marcus Vinícius Furtado Coêlho, defendeu nesta quarta-feira (18) os "direitos e prerrogativas" de advogados serem recebidos pelo ministro da Justiça, mas ponderou que a audiência precisa ser "transparente" e "pública".

Nos últimos dias, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) tem sido alvo de críticas por ter se encontrado com advogados de empreiteiras sob investigação da Operação Lava Jato, que apura o escândalo de desvio de dinheiro em contratos da Petrobras.

"Não pode ser uma seleção deste ou daquele advogado. Tem que ser realmente uma questão aberta, impessoal, independente do caso que isso envolver", afirmou Furtado após participar da abertura da campanha da Fraternidade deste ano, na manhã desta quarta-feira (18).

"Assim como os médicos, quando têm problemas, procuram o ministro da Saúde e a área cultural procura o ministro da Cultura, é natural que um advogado procure o ministro da Justiça se tiver queixas a apresentar. (...) Assim como ele vai procurar o ministro do Supremo se a queixa for contra o que estiver sendo feito pelo Supremo", completou.

"Ele [advogado] tem o direito de ser recebido em audiência, principalmente se a audiência for transparente, pública. Se não foi uma audiência escondida, se foi uma audiência republicana."

O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa chegou a defender a demissão de Cardozo diante do episódio. Em sua conta no Twitter, ele argumentou que quando um advogado recorre a políticos para resolver problemas judiciais, o objetivo na verdade é corromper a Justiça.

Em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo nesta quarta (18), o ministro chamou de "autoritários" aqueles que criticam seus encontros com advogados das empreiteiras.

Segundo Cardozo, "só na ditadura não se admite" que um ministro receba advogados.

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