O líder do PSDB na Câmara dos Vereadores, Andrea Matarazzo, criticou nesta sexta-feira (27) o recuo da bancada municipal do PT em apoio ao projeto que institui multa de R$ 1.000 para quem desperdiçar água.
Segundo o tucano, o partido do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, tenta politizar o tema e posar de "bom moço".
"Eles tentam politizar a questão, como é de hábito. Não tem razão essa postura, a própria sociedade faz economia hoje de maneira espontânea", criticou.
Para o tucano, com a retirada do apoio, o partido "subestima a inteligência da sociedade".
Com receio de que a grave crise hídrica afete a imagem do prefeito, a bancada municipal do PT tem se posicionado contra o projeto.
A avaliação de parlamentares da base aliada é de que a prefeitura não deve ser a responsável por punir moradores, uma vez que a administração dos recursos hídricos é feita pelo governo estadual, sob o comando do rival político Geraldo Alckmin, do PSDB.
O projeto prevê multa para flagrantes de desperdício, como lavar a calçada com água tratada. A fiscalização e a aplicação caberiam à prefeitura.
O texto é de autoria de vereadores, mas somente entrou na pauta de votação após pedido do governo para que prefeituras da Grande São Paulo colaborassem na caça aos "gastões" de água.
O texto já passou por uma primeira votação, mas não há nem previsão para uma segunda. Enquanto isso, o PT cobra mais audiências públicas e propõe mudanças no texto. Sem acordo, o projeto foi relegado a segundo plano.
Na bancada do PT, vereadores já defendem, por exemplo, que seja da Sabesp, empresa estatal paulista, a responsabilidade pela aplicação da punição.
Segundo a reportagem apurou, o prefeito reuniu-se antes do Carnaval com um grupo de vereadores petistas. No encontro, foi apresentada a ideia de que essa multa seja aplicada pelo Estado.
Segundo relatos, Haddad evitou se posicionar e deixou os vereadores livres para discutirem a iniciativa.
No PT, a ordem é deixar o ônus da crise com Alckmin, já que a avaliação é que ela pode prejudicar o PSDB na campanha municipal de 2016.
Procurada, a assessoria do prefeito disse que ele "se comprometeu a auxiliar o governo estadual no enfrentamento da crise da água".
"O debate e a votação do projeto, agora, cabem à Câmara", disse.