A presidenta da República, Dilma Rousseff, disse hoje (12), no Rio de Janeiro, que o crescimento econômico é uma “obsessão”. Ela voltou a reconhecer que o país passa por um momento de dificuldade e ressaltou que o ajuste fiscal é uma forma de melhorar as contas públicas, sem abrir mão de políticas sociais e de parcerias com o setor produtivo. Na estimativa da presidenta, com essas medidas o país voltará a crescer até o final deste ano.
Em discurso, na inauguração das obras de ampliação do Terminal Portuário do Rio, Dilma disse que o país esgotou todos os recursos para combater a crise econômica de 2009, sem repassar os custos, como o desemprego, para a população. Destacou, entre as medidas adotadas pelo governo, o crédito subsidiado e a desoneração fiscal, que evitaram a “redução violenta da taxa de crescimento”, como ocorreu em outros países.
“Trouxemos para as contas públicas os problemas que, de outra forma, recairiam sobre a sociedade, os trabalhadores”, afirmou. A partir de agora, explicou, outras medidas são necessárias. “Estamos fazendo o que todo mundo faz, quando se trata de algum problema em casa: reajustando nossas contas para prosseguir crescendo. Acreditamos que isso se dará nos próximos meses, chegando ao final do ano”.
Para alavancar investimentos, além do ajuste fiscal, Dilma falou sobre a necessidade de incentivar parcerias com o setor privado, “facilitando a viabilidade de investimentos”. Ela disse que já estão previstos 38 empreendimentos privados na área portuária, somando cerca de R$ 11 bilhões. Citou, como exemplo, a parceria para ampliação dos terminais do Rio.
“Uma das consequências mais importantes [desses investimentos] será o surgimento de um novo mapa logístico e a implantação de várias alternativas, racionalizando custos de transporte”, destacou,e prometeu também “um novo projeto de concessões” de aeroportos, hidrovias e rodovias, para resolver gargalos e reduzir o chamado “custo Brasil”.
Na saída do evento, a presidenta confirmou ainda que adotará novas medidas de ajuste. Entre elas, a que prevê tributação escalonada de empresas que deixaram o Supersimples. “O empreendedor, em sua maioria, a empreendedora, está ali se esforçando para crescer. Sai do Supersimples e cai no lucro presumido [tributação], aí, tem um impacto imenso. Pensamos em construir uma rampa pela qual ele/ela possa crescer e incorporar o crescimento sem perder muito”.
Nas contas do governo, a maioria dos empregos no país é gerada por micros e pequenas empresas.