Joaquim Levy reafirma necessidade de ajuste na economia brasileira

Uma das iniciativas do governo nesta ''etapa de ajuste'' é a preparação de um novo marco geral sobre concessões à iniciativa privada
Da AFP
Publicado em 19/04/2015 às 9:02
Uma das iniciativas do governo nesta ''etapa de ajuste'' é a preparação de um novo marco geral sobre concessões à iniciativa privada Foto: Foto: YASUYOSHI CHIBA / AFP


A economia brasileira, que deve recuar 1% em 2015, passa no momento por um processo de ajuste "indispensável" para poder retomar o crescimento, reafirmou neste sábado, em Washington, o ministro brasileiro da Fazenda, Joaquim Levy.

"Estamos em um ciclo de estabilização, em parte porque os mercados percebem que o país tem uma política, um rumo e que vivemos um período de ajuste, e esta é uma etapa indispensável para voltarmos a crescer", disse o ministro à imprensa.

Joaquim Levy destacou que nas conversações que manteve esta semana durante a Reunião de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) buscou mostrar precisamente que o Brasil tem "este rumo e que sabemos o que é preciso fazer" para voltar a crescer.

Uma das iniciativas do governo nesta "etapa de ajuste" é a preparação de um novo marco geral sobre concessões à iniciativa privada, que deverá ser definido já em meados de maio.

"No caso do Brasil, se trata de modelos de concessão já consagrados, que têm servido para atrair investimentos", disse Joaquim Levy, admitindo que ainda será necessário definir os "mecanismos de financiamento" para estes projetos.

"Trata-se de definir um marco geral e também gostaríamos de avançar com uma espécie de cronograma. Nosso plano é avançar em uma visão global nas áreas que poderiam estar disponíveis para concessão, mas estes projetos necessitam tempo".

Em seu último panorama econômico, o FMI reduziu drasticamente sua perspectiva para o Brasil em 2015, prevendo um retração de 1%, expectativa que Levy analisou com muita cautela.

Apesar de evitar críticas diretas ao Fundo, Joaquim Levy estimou que os dados que apoiam esta avaliação "são do final do ano passado", quando o Brasil se encontrava sob a turbulência  provocada pelo processo eleitoral de novembro.

A expectativa do FMI reflete "a percepção daquele momento, mas desde então e até agora vários dos riscos mencionados diminuíram, como o caso do risco de racionamentos de água e energia".

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