Eventual conversa de Lula com FHC seria benéfica, diz Jaques Wagner

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, Lula procurou interlocutores comuns a ele e a FHC para tentar marcar uma conversa sobre a atual situação política do país
Da Folhapress
Publicado em 23/07/2015 às 15:56
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, Lula procurou interlocutores comuns a ele e a FHC para tentar marcar uma conversa sobre a atual situação política do país Foto: Foto: José Cruz / Agência Brasil


O ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse nesta quinta-feira (23) que aplaude a iniciativa dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso de se reunirem para discutir a atual situação política brasileira.

Conforme a Folha de S.Paulo revelou nesta quinta (23), Lula procurou interlocutores comuns a ele e a FHC para tentar marcar uma conversa.

Wagner, que afirmou não ter recebido a informação do encontro, disse que a pauta não deveria se restringir a um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os dois presidentes teriam uma agenda de longo prazo sobre o futuro do país, "muito superior ao impeachment", afirmou.

O petista reconheceu que o momento é difícil e que demanda dos atores políticos nacionais serenidade e bom senso, duas características que segundo Wagner os ex-presidentes têm. O ministro afirmou que a despeito da polarização das últimas eleições, oposição e situação precisam dialogar.

"Eu considero que é fundamental que a gente mantenha cada qual a sua posição, mas não perca o norte de que há algo superior a convicções ideológicas e político-partidárias de cada um, que é o futuro do país", afirmou Wagner, que esteve no Rio para o lançamento de um navio de pesquisa da Marinha, ao lado do ministro Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia).

Wagner acrescentou que, embora um eventual processo de impeachment dependa da Câmara, ele não vê a possibilidade ocorrendo num futuro próximo. Segundo o ministro, não há apoio suficiente para a instalação de um processo de impedimento no Congresso.

O ministro criticou a relação entre oposição e governo no país, numa situação que ele chamou de "dicotomia que não se conversa". Segundo ele, os países que escolheram o caminho da polarização não prosperaram.

"O encontro de dois ex-presidentes teria uma agenda muito superior a essa, que é conjuntural, sobre a briga da oposição com o governo. Apesar da última campanha dura, não podemos deixar consolidar na alma brasileira, e na política brasileira, uma dicotomia que não se conversa. Países que seguiram esse rumo não tiveram grande destino. Essas posições, governo e oposição, a gente troca. O que a gente não pode perder é o norte", disse.

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