O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira (16), que deverá pedir a suspensão do procurador-geral do Banco Central, Isaac Sidney Menezes Ferreira, pelas declarações da autoridade atacando o peemedebista.
Na avaliação de Cunha, a fala de Ferreira demonstra que comandantes de órgãos de governo viraram agentes políticos para atacá-lo. Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta terça-feira (16), Isaac afirmou que o presidente da Câmara atuou com "abuso de autoridade"e "desvio de finalidade" na condução do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"O País sofreu uma espécie de sequestro. Está num cativeiro político e isso é inconcebível", afirmou o procurador-geral do BC na entrevista. Cunha retrucou dizendo que comandantes de "órgãos de governo, que deveriam ser órgãos de Estado (...) viraram agentes políticos para me atacar". "Provavelmente é uma das motivações para pedir a suspensão dele. Provavelmente meus advogados vão fazer isso", emendou.
Conselho de Ética
Cunha também voltou a criticar a condução do presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA). Para o peemedebista, Araújo tem feito propositalmente uma série de erros na condução do processo por quebra de decoro parlamentar no colegiado, com o objetivo de desgastá-lo e permanecer mais tempo na mídia.
Hoje, os advogados de Cunha impetraram mandado de segurança pedindo que o Supremo Tribunal Federal reconheça o cerceamento de defesa dele no Conselho de Ética. A defesa sugere também que o STF suspenda o processo até que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara julgue recurso de Cunha contra o trâmite processual. "Meus advogados entrarão ainda com muita coisa no STF", finalizou o presidente da Câmara.