O filho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que era responsável pela Lava Jato no STF até o dia 19 de janeiro, quando foi morto após a queda do avião no qual estava, em Paraty, Rio de Janeiro, explicou em um nova publicação no Facebook por qual motivo questionou a possibilidade da morte do pai ter sido um simples acidente. Segundo Francisco Zavascki, ainda pairam "muitas dúvidas e, em razão dos fatos dessa, quis compartilhar a minha opinião", desabafou.
"Desculpem o desabafo, mas não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai!", escreveu o filho do ministro na noite dessa quarta-feira (17) após a revelação do conteúdo da delação do dono da JBS, envolvendo Michel Temer e Aécio Neves.
"O PMDB está no poder desde sempre e, como todos sabemos, estava com o PT aproveitando tudo de bom que o Governo pode dar... até que veio a Lava Jato. A ordem sempre foi a de parar a operação (isto está gravado nas palavras dos seus líderes). Todavia, ao que parece, até para isso o PT era incompetente e, ao que tenho notícia, de fato, o PT nunca tentou nada para barrar a Lava Jato (ao menos o pai sempre me disse que nunca tinham tentado nada com ele), o que sempre gerou fortes críticas de membros do PMDB", relatou.
"Derrubaram a Dilma e assumiu o Temer. Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião também está valendo? O pai sabia de tudo isso. Sabia quanto cada um estava afundado nesse mar de corrupção. Não é por acaso que o pai estava tão aflito com o ano de 2017. Aflito ao ponto de me confidenciar que havia consultado informalmente as Forças Armadas e que tinha obtido a resposta de que iriam sustentar o Supremo até o fim!", continuou.
Por conta da repercussão desse texto, escrito por ele numa rede social, Francisco Zavascki voltou a escrever nesta quinta-feira (18). "Escrevi, num momento de grande emoção, um texto que, mais do que qualquer coisa, representa como eu vejo o que se passou. Ainda sou tomado por muitas dúvidas e, em razão dos fatos de ontem, quis compartilhar a minha opinião", pontuou.
O filho do ex-ministro ainda pediu a saída de Michel Temer e relembrou o dia do velório do pai. "Não tem coisa que me embrulha mais o estômago do que lembrar que, no dia do velório do meu pai, diante de tanta dor, ainda tive que cumprimentar os membros daquele que foi apelidado naquele mesmo dia de o “cortejo dos delatados”. Impeachment já! Desculpem o desabafo, mas não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai!".