A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (1) a Operação Cifra Oculta para investigar crimes eleitorais e lavagem de dinheiro relacionados à campanha de 2012 para a Prefeitura de São Paulo. O petista Fernando Haddad é um dos alvos da operação, um desdobramento da Lava Jato, e deverá ser intimado a depor.
Trinta policiais federais cumprem nove mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, São Caetano e Praia Grande.
O inquérito é um desmembramento da Lava Jato e teve início em novembro de 2015, em razão de determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para desmembrar a colaboração premiada de executivos da UTC em anexos para a investigação nos estados.
A investigação apura o pagamento, pela empreiteira, de dívidas de uma das chapas da campanha de 2012 à Prefeitura de São Paulo, referentes a serviços gráficos no valor de R$ 2,6 milhões. A dívida teria sido paga por meio de um doleiro, em transferências bancárias e dinheiro vivo, para empresas.
Uma empresa mencionada na delação aparece como fornecedora de serviços, com valores informados de R$ 354.450,00. Somente consta na prestação de contas ao TSE outra prestação de serviços gráficos de R$ 252.900,00, valores bem inferiores à soma de R$ 2.600.000,00, que teria sido paga pela empreiteira UTC a gráficas. Os investigados responderão, na medida de suas culpabilidades, pelos crimes de falsidade ideológica na prestação de contas à Justiça Eleitoral (Código Eleitoral, artigo 350) e lavagem de dinheiro (Lei 9.613/98, artigo 1º), com penas de até 10 anos de prisão e multa.