O deputado federal Silvio Torres, secretário-geral do PSDB, informou, na noite desta segunda-feira (13), que o ex-ministro Bruno Araújo não comunicou à Executiva Nacional do PSDB que entregaria o cargo ao presidente Michel Temer (PMDB). "Como o ministro não comunicou sua decisão à Executiva, não se sabe quais foram as razões que o levaram a tomá-la", afirmou o parlamentar.
No fim da tarde, Bruno Araújo divulgou que havia solicitado ao presidente sua exoneração da chefia do Ministério das Cidades. Em carta a Temer, o tucano agradece ao seu partido, mas diz que "já não há mais nele apoio no tamanho que permita seguir nessa tarefa". O documento foi entregue ao peemedebista após cerimônia no Palácio do Planalto.
Apesar de dizer que não foi comunicado oficialmente da saída de Bruno da pasta, Torres chegou a levantar algumas hipóteses que podem explicar a decisão do correligionário. "Ele pode ter decidido entregar o cargo por conta da divisão que há no partido, com algumas pessoas defendendo a saída do governo e outras não; a manifestação recente de líderes da legenda afirmando que o desembarque ocorreria em dezembro e até mesmo as informações de que o governo faria em breve uma reforma ministerial. Talvez ele quis mostrar que não tem apego ao cargo e se antecipou", comentou o deputado.
Além de Bruno, primeiro a desembarcar, ainda estão à frente de ministérios os tucanos Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Luislinda Valois (Direitos Humanos) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo). Questionado se os demais ministros também desembarcariam do governo, o secretário-geral do PSDB afirmou que, "até o momento", não possui essa informação.
Deputado federal licenciado, com sua saída do Ministério das Cidades, Bruno Araújo deve retomar seu mandato na Câmara Federal. O Ministério das Cidades, que Bruno acaba de deixar, é uma das pastas mais cobiçadas por deputados do chamado centrão da Câmara, que une siglas como o PSD, o PP, o PTB e o PR, por exemplo.