MP do Rio contraria defesa e diz que Flávio Bolsonaro não é investigado

Desde quarta-feira (16), a defesa de Flávio começou a tratá-lo oficialmente como investigado, inclusive no pedido ao STF
Estadão Conteúdo
Publicado em 18/01/2019 às 18:45
Desde quarta-feira (16), a defesa de Flávio começou a tratá-lo oficialmente como investigado, inclusive no pedido ao STF Foto: Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil


Contrariando a defesa de Flávio Bolsonaro (PSL), que alegou prerrogativa de foro para requerer ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do procedimento que investiga movimentações financeiras atípicas do ex-assessor Fabrício Queiroz, o Ministério Público do Rio informou que, até esta sexta-feira (18) o senador eleito pelo Rio não é investigado pelo órgão. O MP estadual afirmou, porém, que essa condição não impede que, com o andar as investigações, ele se torne também alvo da investigação.

"O MPRJ esclarece que, até a data de hoje, Flávio Bolsonaro não consta como investigado na portaria que instaurou o procedimento investigatório criminal. No entanto, de acordo com a dinâmica da investigação, é possível o aditamento da portaria para incluir não só ele como outros investigados", respondeu o MP, por meio de nota.

Até a última segunda-feira (14)  o filho mais velho de Jair Bolsonaro (PSL) havia sustentando que ele não era investigado. O deputado estadual e senador eleito pelo PSL usou esse argumento para faltar ao depoimento marcado no MP para o dia 10.

Defesa de Flávio

Desde a quarta-feira (16) porém, a defesa de Flávio começou a tratá-lo oficialmente como investigado, inclusive no pedido ao STF. Por isso, argumenta que o MP tomou iniciativas que deveriam ter passado pelo Supremo por envolver um senador eleito, com prerrogativa de ser julgado no STF. Nesse raciocínio, as supostas investigações contra Flávio seriam ilegais.

O advogado do parlamentar, Hugo Plutarco, alegou que, após acesso aos autos, a defesa identificou que Flávio Bolsonaro era investigado nos autos "desde a efetiva instauração do procedimento", "a despeito de não haver informação formalizada a esse respeito na Portaria de Instauração do Procedimento Investigatório Criminal".

Além disso, a defesa afirmou que as investigações prosseguiram mesmo após a informação da sua eleição e diplomação. "Some-se a isso, que cabe apenas ao STF se pronunciar sobre se é (ou não) competente para conduzir apurações de autoridades que, prima facie, segundo art. 102, inciso I, alínea b, da CF, possuem foro por prerrogativa de função", alegou.

Nesta sexta-feira, a defesa de Flávio não quis comentar a afirmação do MP de que Flávio não é investigado.

TAGS
Flávio Bolsonaro Ministério Público coaf Queiroz
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory