O senador eleito pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, se pronunciou nesta terça-feira (22) pelas redes sociais a respeito de reportagem do jornal O Globo que aponta que ele empregou em seu gabinete a mãe e a mulher do capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, alvo de um mandado de prisão nesta manhã. Adriano é tido pelo Ministério Público como homem-forte do Escritório do Crime, organização suspeita de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco.
Adriano é amigo de Queiroz, investigado por suspeita de repassar parte dos salários de indicados. Queiroz seria o responsável pelas indicações dos familiares de Adriano.
De acordo com o jornal O Globo, a mãe de Adriano, Raimunda Veras Magalhães, e a mulher, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, ocuparam cargos no gabinete de Flávio, com salários de R$ 6.490,35. Raimunda é uma das servidoras que fizeram repasses para a conta de Queiroz, no valor de R$ 4,6 mil, de acordo com relatório do Coaf.
"Continuo a ser vítima de uma campanha difamatória com objetivo de atingir o governo de Jair Bolsonaro. A funcionária que aparece no relatório do Coaf foi contratada por indicação do ex-assessor Fabrício Queiroz, que era quem supervisionava seu trabalho. Não posso ser responsabilizado por atos que desconheço, só agora revelados com informações desse órgão", diz Flávio na nota.
Ainda sobre o parentesco, ele completou. "Quanto ao parentesco constatado da funcionária, que é mãe de um foragido, já condenado pela Justiça, reafirmo que é mais uma ilação irresponsável daqueles que pretendem me difamar".
Um dos alvos da Operação Intocáveis, que prendeu nesta terça-feira (22) suspeitos de participarem do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) no ano passado, o major da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Ronald Paulo Alves Pereira, foi homenageado pelo senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) em 2004, quando este era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Na época, Flávio fez uma Moção de Louvor e Congratulações que homenageasse o policial por "importantes serviços prestados ao Estado do Rio de Janeiro quando da operação policial realizada no Conjunto Esperança no dia 22 de janeiro de 2004", um confronto que teria resultado na morte de três pessoas.